Resgate da AIG era "essencial" para os mercados
O resgate da seguradora American International Group (AIG) por parte do governo norte-americano era "essencial" para recuperar a confiança nos mercados financeiros e proteger milhões de consumidores, considera Lorenzo Bini Smaghi, membro do Banco Central Europeu (BCE).
A Reserva Federal norte-americana anunciou uma injecção de 85 mil milhões de dólares (60 mil milhões de euros) à maior seguradora dos EUA por activos. O Governo do país vai passar a deter uma posição de cerca de 80% na companhia e assumindo, assim, o controlo da AIG.
As autoridades americanas optaram por intervir novamente e evitar o colapso de uma grande instituição financeira, depois de terem falhado todas as tentativas privadas para garantir a sua sobrevivência. Depois de na passada segunda-feira, o Lehman Brothers ter sido obrigado a solicitar o pedido de falência, os receios de que o mesmo pudesse suceder com a AIG voltaram a provocar quedas acentuadas nos mercados.
“Evitar que a turbulência se estendesse a uma grande seguradora foi um elemento crítico”, afirmou Bini Smaghi, em entrevista ao canal de televisão italiano Canale5, e citado pela agência Bloomberg. O mesmo responsável acrescentou que não se pode “deixar uma grande seguradora afundar porque isso teria impacto em milhões de consumidores. A intervenção foi essencial para devolver a confiança”.
“Os mercados precisam confiança e para recuperar essa confiança os bancos e as instituições financeiras têm que ter confiança cada um no outro”, acredita Bini. “Agora, eles não se sentem ainda seguros o suficiente para emprestar dinheiro uns aos outros, o que está a puxar as taxas de juro para cima e a tornar mais difícil obter crédito”.
Quando às perdas potenciais que os bancos europeus poderão ter sofrido devido à exposição que tinham ao Lehman Brothers, Bini acredita que ainda vai demorar algum tempo para que estas se conheçam, mas deverão ser “”limitadas”.
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