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Van Dunem: "Há uma grande desigualdade entre Tribunais e contribuintes"

O Governo está a fazer um levantamento dos problemas nos tribunais para "revisitar o mapa judiciário". Uma das preocupações são os tribunais fiscais, onde a ministra da Justiça admitiu rever as alçadas, isto é, os limites de acesso às diferentes instâncias consoante os valores das causas.

Francisca Van Dunem ministra da justiça
Francisca Van Dunem ministra da justiça Miguel Baltazar/Negócios
02 de Fevereiro de 2016 às 16:29

"Temos um grande desigualdade entre os tribunais e os contribuintes", afirmou esta terça-feira, 2 de Fevereiro, no Parlamento, a ministra da Justiça. "Temos juízes isolados a decidir" e "do outro lado" grandes firmas de advogados e mesmo consultoras altamente especializadas a trabalhar com os contribuintes, concretizou Francisca Van Dunem. Os tribunais tributários são uma das preocupações da ministra, que admite rever as actuais alçadas – o valor dos processos que acedem às diferentes instâncias –, de acordo com a complexidade das causas.

Francisca Van Dunem está esta tarde na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdade e garantias na sua primeira audição regimental, em que não há nenhum tema específico sobre a mesa e a ministra optou por fazer uma comunicação global sobre as várias questões que está a avaliar.

O Ministério da Justiça está a desenvolver, "em diálogo" com os com os órgãos de gestão dos tribunais e representantes das várias profissões judiciais, uma "identificação das disfunções mais graves, com intenção correctiva" e sobretudo com o objectivo de "aproximar as pessoas da justiça". Essa avaliação permite já identificar "um clima de grande esforço associado a problemas de organização, insuficiência de meios tecnológicos e a um défice de magistrados e de oficiais de justiça", enumerou a ministra.

Para já, uma coisa é certa: "Continua a haver bolsas de congestionamento nas execuções, comércio e administrativo". E, em particular, nos tribunais tributários, porque "ao aumento exponencial" de processos, "não correspondeu um reforço em termos de meios".

Francisca Van Dunem anunciou aliás, esta segunda-feira, 1 de Fevereiro, um reforço de magistrados para os tribunais em geral e para os tribunais fiscais em particular: serão, ao todo, 126 auditores, dos quais 42 para os Tribunais Administrativos e Fiscais. 

Um recente balanço, realizado pelo Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais, revelou que cinco juízes nestes tribunais têm nas mãos processos de um valor de 5,7 mil milhões de euros e que o número de pendências continua elevado. 

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