O Governo acredita que a "esmagadora maioria dos portugueses" está a trabalhar, com referência ao setor privado e social, com adesões que considera "inexpressivas". As palavras são do ministro da Presidência, António Leitão Amaro, que saiu a meio da reunião do Conselho de Ministros para comentar a greve geral.

Apontando o "respeito à greve", Leitão Amaro referiu que "se olharmos para as adesões, mais parece uma greve da Função Pública - parcial da Função Pública - com impacto nos transportes e escolas para impactar muitos mais" trabalhadores. O responsável disse ainda que "o nível de adesão é inexpressivo em particular no setor privado e social", acrescentando que "a esmagadora maioria dos portugueses está a trabalhar".

Para justificar este argumento, o ministro da Presidência referiu alguns dados, como as transações na rede Multibanco ou o tráfego nas pontes sobre o Tejo, em Lisboa. "Nas transações da SIBS - que mostram as atividades de compra e financeiras - a redução é de 7%", face a um "dia normal". "O trânsito nas pontes [sobre o Tejo], mesmo com Lisboa mais afetada, está a cair 5%. Nos setores privado e social, o reporte que existe é de entre 0% e 10%", apontou o governante.

"Notamos que esse exercício de protesto é minoritário, que respeitamos", sublinhou. "Neste caso quem faz greve é uma minoria. Mas também temos de ouvir a maioria. E manteremos o diálogo para fazer as mudanças que o país coloca e o país em geral", acrescentou.

Questionado sobre os números que suportam esta ideia, Leitão Amaro, garantiu que o Governo tem "reporte muito granular das empresas públicas e dos vários setores privado e social", recusando, no entanto, "transformar este diálogo numa guerra". O ministro indicou que "cerca de 95% dos trabalhadores portugueses estão a trabalhar", voltando a apontar maior adesão na Função Pública e em setores concretos como transportes e escolas que acabam por ter impacto noutras atividades.

O Governo continua reunido em Conselho de Ministros para aprovar medidas "essencialmente na área da Justiça", estando prometido um novo briefing para as 16:00 horas.