Comissário europeu da Economia admite suspensão das regras orçamentais até 2022

Paolo Gentiloni afirma, em entrevista ao Expresso, que a recessão económica provocada pela pandemia poderá ser muito maior do que a de 2009 e que, “se houver queda severa”, as regras orçamentais poderão ficar suspensas até 2022.
comissário dos Assuntos Económicos, Paolo Gentiloni
Olivier Hoslet/EPA
Negócios 04 de Abril de 2020 às 11:47

Uma recessão económica muito superior à que atingiu a economia da União Europeia em 2009, mas uma retoma mais rápida, desde que exista um plano comum que seja posto no terreno o mais rapidamente possível. Entretanto a disciplina orçamental terá de ficar suspensa. Em entrevista ao Expresso deste sábado, o comissário europeu para a Economia, Paolo Gentiloni, lembra que esta é "uma crise sem precedentes e por essa razão requer uma resposta sem precedentes".

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Essa resposta, num contexto em que os vários países defende diferentes instrumentos, deverá assentar numa "lógica de ‘pacote’", que, defende, poderá ajudar a ultrapassar as diferenças. Os ‘coronabonds’ são um dos instrumentos possíveis, outro a possibilidade de linhas de crédito, através do Mecanismo Europeu de Estabilidade, frisa o comissário.

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Para Paolo Gentiloni, "o plano de retoma de que precisamos tem de começar durante a crise, até porque não sabemos qual o dia em que "esta guerra" vai acabar" e o financiamento terá de "vir de várias instituições europeias", sendo certo que "o Orçamento Europeu, tal como está, não tem a força suficiente de mobilização e para ir buscar aos mercados os montantes necessários para o plano de retoma".

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Quanto à clausula de derrogação do Pacto de Estabilidade e Crescimento, o comissário europeu não tem dúvidas: a suspensão "vai durar enquanto se verificarem as condições de severa queda económica", seja isso em 2021 ou em 2022.

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