Hollande admite ataques aéreos sobre posições do "Estado Islâmico" na Síria

O presidente francês diz ter "provas" de ataques planeados contra a França e outros países a partir de território sírio.
françois hollande
Eva Gaspar 07 de Setembro de 2015 às 13:40

O presidente francês disse nesta segunda-feira, 7 de Setembro, "ter provas de que houve ataques planeados na Síria contra vários países, incluindo a França". Falando aos jornalistas em Paris, François Hollande continuou a apontar o dedo ao regime sírio do presidente Bashar al-Assad que "tem de sair", mas em face do avanço dos terroristas do "Estado Islâmico" – que Paris sugere ser a origem das principais ameaças potenciais contra a França e do êxodo da população síria – anunciou que a partir de amanhã aviões franceses começarão a fazer campanhas de reconhecimento sobre a Síria que poderão resultar em ataques. Hollande recusou, porém, o envio de tropas para o terreno, argumentando que seria "inconsequente e irrealista" fazê-lo, dizendo que são os sírios e os Estados da região que devem travar essa guerra no terreno.

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"A minha responsabilidade é garantir que estamos informados, tanto quanto possível, sobre as ameaças ao nosso país, por isso pedi ao ministro da Defesa para que dê início, a partir de amanhã, a voos de reconhecimento sobre a Síria que nos permitam ponderar ataques aéreos contra ‘Estado islâmico’", explicou.

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Até agora, a França só participou em ataques aéreos contra o "Estado Islâmico" no Iraque por temer que ataques contra o grupo terrorista na Síria fortalecessem o presidente Bashar al-Assad. Lembra a Reuters que Paris esteve para se juntar a ataques aéreos sobre o regime de Assad em 2013, antes de o presidente dos EUA, Barack Obama, ter inesperadamente recuado nesse plano. Ainda segundo a Reuters, o Reino Unido também está mais perto de se envolver numa acção militar, esperando-se que o parlamento dê em Outubro autorização ao governo para bombardear alvos do "Estado islâmico" na Síria.

Hollande reiterou ainda que a única solução para a guerra na Síria passa por uma transição política que implique o fim do regime de Assad, que disse ser responsável pelo caos no país. "Ele disparou contra o seu povo, ele bombardeou civis. Ele usou armas químicas e recusou-se a falar com os adversários", acusou o presidente. "A solução não pode passar por manter Assad no comando da Síria. Como pode um sírio que viu a sua família ser massacrada aceitar voltar à mesa para negociar com Assad?", acrescentou.

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Entretanto, a França receberá mais 24 mil refugiados dos 120 mil adicionais que Bruxelas quer repartir pelos países da União Europeia, e receber ainda mil que estão já instalados na Alemanha, acrescentou o presidente, que disse estar preparado também para organizar, em Paris, uma conferência internacional sobreo tema. O anúncio de Hollande surgiu depois de a chanceler Angela Merkel ter voltado a pedir um esforço mais solidário de todos os países no acolhimento de deslocados, designadamente de sírios.

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