União Europeia já pode avançar com tarifas aos EUA mas deve esperar pelas eleições
A Organização Mundial do Comércio (OMC) já oficializou a autorização à União Europeia para avançar com a imposição de tarifas sobre bens importados dos Estados Unidos no valor de 4 mil milhões de dólares, em retaliação às ajudas concedidas à fabricante de aviões Boeing.
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A notícia tinha sido avançada o mês passado por várias agências internacionais quando a OMC notificou as partes, mas só hoje passou a ser oficial.
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Contudo, segundo a Bloomberg, deverá aguardar mais umas semanas para avançar, pois prefere esperar pelos resultados das eleições nos Estados Unidos. Se Trump for derrotado, como apontam as sondagens, os responsáveis europeus vão usar este trunfo para chegar a acordo com a próxima administração norte-americana.
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Apesar de ter visto a OMC dar-lhe razão, a União Europeia acaba por ter neste caso uma vitória agridoce. É que pretendia que as tarifas fossem três vezes superiores ao definido (12 mil milhões de dólares) e os 4 mil milhões de dólares ficam também bem abaixo das tarifas que os EUA impuseram à UE devido às ajudas à Airbus (7 mil milhões de dólares).
A OMC tem sido palco de uma disputa, há mais de 15 anos, entre a Boeing e a Airbus, devido às subvenções e ajudas concedidas, respetivamente pelos Estados Unidos e pela UE, à sua indústria aeronáutica.
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Os EUA parecem para já ter vantagem nesta disputa histórica, já que a OMC autorizou um volume de tarifas superior, dando aos norte-americanos um maior poder negocial.
Havendo agora lugar a tarifas dos dois lados, será mais fácil ser alcançado um acordo que as anule. É neste cenário que os responsáveis europeus estão a apostar, sobretudo se Joe Biden ganhar as eleições.
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Há também a hipótese de este ser o ponto de partida para uma guerra de tarifas mais ampla entre os dois blocos económicos. Sobretudo se Trump continuar na Casa Branca após as eleições de 3 de novembro.
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As tarifas foram uma das imagens de marca do mandato de Donald Trump na Casa Branca e a sua administração tem sinalizado que pretende usar as taxas alfandegárias para diminuir o défice comercial dos EUA com a UE, que atingiu perto de 180 mil milhões de dólares em 2019. O setor automóvel pode ser um dos visados.
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