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Governo neerlandês enfrenta moção de censura. País mergulha numa crise política

Moção foi apresentada pelos esquerdistas do DENK esta quarta-feira, depois de na semana passada a coligação provisória que junta quatro forças políticas ter caído com a saída do partido de centro-direita. Em causa estão divergências sobre Israel.

Dick Shoolf, primeiro-ministro dos Países Baixos.
Dick Shoolf, primeiro-ministro dos Países Baixos. AP / Alex Brandon
27 de Agosto de 2025 às 13:28

Um Governo enfraquecido volta a ser colocado a teste. O Executivo neerlandês, liderado por Dick Schoof e que juntava até há poucos meses quatro forças políticas, vai enfrentar uma moção de censura no parlamento apresentada esta quarta-feira pelo partido de esquerda DENK, encabeçado por Stephan van Baarle.

Em junho deste ano, o partido de extrema-direita, Partido da Liberdade, abandonou a coligação governamental devido a divergências sobre a imigração e planos de asilo. O Governo dos Países Baixos entrou assim em funções provisórias e esta sexta-feira sofreu outro embate, com uma nova baixa: o partido de centro-direita Novo Contrato Social abandonou a coligação devido a divergências sobre a imposição de medidas mais duras contra Israel devido à guerra em Gaza. O Executivo interino conta agora apenas com dois partidos e uma minoria ainda menor, com apenas 32 dos 150 assentos.

Dada a fragilidade do atual desenho político do primeiro-ministro Schoof, não é claro qual será o procedimento em vigor caso a moção seja aprovada. Paira uma grande incerteza para que lado vão pender os cerca de 150 deputados neerlandeses, que representam 15 partidos diferentes, mergulhando os Países Baixos numa crise política sem precedentes. As eleições estão marcadas para outubro deste ano, mas as negociações sobre um governo estável podem levar meses, deixando o país a braços com um longo período de incerteza.

Para a esquerda, "ignorar um genocídio é um comportamento horrível. Achamos que todos eles devem demitir-se", disse Van Baarle, no discurso no parlamento.

Os próximos passos serão discutidos no debate parlamentar desta quarta-feira, em que todos os partidos vão avaliar se Schoof e o que resta do seu Governo devem ou não serem substituídos. Caso permaneça no cargo, Schoof precisa do apoio da oposição para implementar as suas políticas, mas vai encontrar duros entraves. Um deles surge por parte da direita do Partido da Liberdade, que afirmou que apenas continuaria a apoiar o primeiro-ministro se este garantisse uma proibição imediata aos requerentes de asilo - precisamente o tema que levou esta força política a sair, em junho. 

À esquerda, o maior partido da oposição, o GreenLeft-Labour, quer que Schoof adote medidas mais duras contra Israel - mas, essa é a questão que provocou a última crise. 

A turbulência vivida nos Países Baixos vem acrescentar outra camada de tensão à Europa,  A instabilidade complica ainda os esforços da União Europeia para responder às guerras comerciais de Donald Trump e apoiar os esforços de paz na Ucrânia.

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