Pedro Sánchez toma posse como líder do Governo espanhol
Sem Bíblia nem crucifixo, rei Felipe VI já deu posse ao socialista este sábado.
Pedro Sánchez é oficialmente o novo presidente do Governo espanhol. Sem Bíblia nem crucifixo, pela primeira vez na história da democracia espanhola, o rei Felipe VI deu posse ao socialista este sábado às 11:00 (10:00 de Lisboa), depois de ter ganho na sexta-feira uma moção de censura contra Mariano Rajoy.
"Prometo cumprir fielmente as obrigações do cargo de presidente do Governo de Espanha com lealdade ao rei e guardar e fazer guardar a Constituição como norma fundamental do Estado asim como manter em segredo as deliberações do Conselho de Ministros", disse Sánchez na cerimónia de juramento, apenas com a Constituição junto a si, no Palácio da Zarzuela. Nos actos institucionais anteriores de tomada de posse de um novo primeiro-ministro também esteve presente o chefe do Governo precedente, que neste caso é o líder do Partido Popular (direita), Mariano Rajoy.
Na sequência desta cerimónia Sánchez terá de apresentar a composição do seu Governo, mas ainda não se sabe quando é que isso vai acontecer. Pedro Sánchez vai formar um Governo minoritário com ministros socialistas e independentes e o apoio parlamentar das restantes sete forças políticas, com muitos observadores a terem dúvidas sobre a estabilidade do novo executivo. A actual legislatura iniciou-se com as eleições de 26 de Junho de 2016 e terminará quatro anos depois, em 2018.
Recorde-se que o Congresso dos Deputados (parlamento) aprovou na sexta-feira por 180 votos a favor e 169 contra a moção de censura que afastou o Governo de direita liderado por Mariano Rajoy e, ao mesmo tempo, investiu o novo primeiro-ministro e líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).
Apesar de apenas ter 84 dos 350 deputados do parlamento espanhol, os socialistas conseguiram reunir o apoio de um total de 180 votos, que incluem os representantes do Unidos Podemos (Extrema-esquerda, 67), a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC, separatistas, nove), o Partido Democrático e Europeu da Catalunha (PDeCAT, separatistas, oito), o Partido Nacionalista Basco (PNV, cinco),o Compromís (nacionalistas valencianos, quatro), o EH Bildu (separatista basco, dois), e a Nueva Canarias (nacionalista, um).
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