Negociações de paz juntam EUA, Rússia e Ucrânia em Abu Dhabi
As conversações acontecem numa fase em que os ataques russos contra território ucraniano continuam. Emmanuel Macron diz que seria um erro mostrar fraqueza perante as incursões russas.
As negociações tendo em vista um potencial cessar-fogo na Ucrânia continuam em marcha e desta vez juntam os EUA, a Rússia e a Ucrânia em discussões em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.
Os EUA estão representados pelo secretário do Exército, Dan Driscoll, que na segunda-feira já teve um encontro com uma delegação russa, segundo a agência de notícias Reuters. Já nesta terça-feira as conversações vão continuar entre as partes e sabe-se que a Ucrânia também tem uma representação em Abu Dhabi.
Estas reuniões mostram o compromisso americano em tentar resolver o conflito na Ucrânia a curto prazo e acontecem numa altura em que, apesar das negociações em curso, a Rússia continua a atacar a Ucrânia – ainda nesta segunda-feira, os russos atacaram com mísseis balísticos e drones a cidade de Kiev.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia acusou já esta teça-feira a Rússia de responder aos esforços de paz dos EUA com terrorismo. "Putin deu a sua resposta terrorista às propostas de paz dos Estados Unidos e do Presidente [norte-americano, Donald] Trump. Com uma chuva de mísseis e drones contra a Ucrânia”, declarou o ministro ucraniano Andriy Sibiga, citado pela agência Lusa.
Os novos desenvolvimentos do lado das negociações de paz acontecem depois de os EUA terem apresentado um plano, composto por 28 tópicos, como ponto de partida para um cessar-fogo na Ucrânia e início de um potencial processo de paz do país com a Rússia. Mas assim que o plano foi conhecido, as reações negativas não demoraram a surgir – tanto do lado de Kiev, como do lado dos países europeus. Isto porque o dito plano incluía a cedência de território, a redução do exército e renúncia à adesão à NATO por parte da Ucrânia. E sem que o país tivesse sido diretamente consultado para a elaboração deste mesmo plano.
Já neste domingo, reuniões tidas entre líderes ucranianos, europeus e norte-americanos permitiram criar um novo ponto de entendimento entre as partes. Ninguém diz, ao certo, em que consiste esse entendimento e todos dão a entender que continuam a existir arestas por limar (que é como quem diz, propostas que não têm a concordância de todas as partes).
Algo que também tem sido sublinhado pelos líderes europeus de forma clara. Já esta terça-feira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, pediu firmeza aos parceiros europeus. "Seria um erro sermos fracos perante esta ameaça”, disse Macron numa entrevista à rádio RTL.
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