Juncker e May prometem "trabalhar juntos" numa solução para o Brexit após reunião "construtiva"
Jean-Claude Juncker e Theresa May tiveram esta quinta-feira uma reunião "robusta e construtiva" sobre o Brexit e assumiram o compromisso de "trabalharem em conjunto" numa solução para a saída do Reino Unido da União Europeia.
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De acordo com um comunicado publicada pela Comissão Europeia, foi reiterado que a União Europeia não está disponível para renegociar os termos do acordo que foi chumbado no parlamento britânico.
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Mas tem um tom bem mais conciliatório do que as palavras ontem proferidas pelo presidente do Conselho Europeu e que mostravam uma crescente divisão entre ambas as partes.
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"As conversações foram tidas num espírito de trabalho em conjunto para permitir uma saída ordeira do Reino Unido da União Europeia", refere o comunicado hoje emitido em Bruxelas.
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Ontem, Donald Tusk revelou que estava a pensar "sobre que sítio especial no inferno para os que promovem o Brexit sem sequer terem um esboço de um plano para o fazer de forma segura".
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Maior ambição nas relações pós-Brexit
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O porta-voz da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, disse aos jornalistas em Bruxelas que Juncker mostrou abertura para reforçar o trabalho da União Europeia nos compromissos que podem ser assumidos no pós-Brexit.
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O presidente Juncker recusou alterar os termos do acordo para o Brexit, que foi alcançado depois de "concessões de ambas as partes", mas "mostrou abertura" para acrescentar novos compromissos "à declaração política acordada entre a UE e o Reino Unido".
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O presidente da Comissão Europeia admite "ser mais ambicioso em termos de conteúdo e velocidade nos que diz respeito às relações futuras entre a UE e Reino Unido", embora tenha advertido que tal terá sempre que ser aprovado pelo Parlamento Europeu e pelos países da UE.
May apresentou ao presidente da Comissão Europeia várias opções que estão previstas para responder ao chumbo do Parlamento britânico no que diz respeito à fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte. Ficou acordado que as equipas dos dois lados vão trabalhar em conjunto para encontrar a melhor solução sobre este tema que representa o principal travão a um acordo dos deputados britânicos.
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Juncker e May vão encontrar-se no final deste mês, sendo 29 de março a data que continua em cima da mesa para o Brexit.
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Os negociadores do Brexit de ambos os lados - Michel Barnier e Stephen Barclay – têm encontro marcado já para segunda-feira.
O problema do backstop
Também rejeitando reabrir negociações com Londres sobre o Brexit, Angela Merkel admitiu esta semana que a solução para a fronteira irlandesa (backstop) poderá ser encontrada e incluída no acordo bilateral que venha a ser forjado para enquadrar a relação comercial futura entre os dois blocos.
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O backstop é um mecanismo exigido por Bruxelas de forma a prevenir que sejam restabelecidos controlos rígidos na fronteira irlandesa depois de concretizado o Brexit e que, se acionado, mantém o conjunto do Reino Unido numa união aduaneira com a UE.
Esta solução mereceu, em grande medida, a oposição dos conservadores "hard brexiters" e dos unionistas, que rejeitam o alinhamento às regulações comunitárias mesmo depois do Brexit. Foi sobretudo o backstop que provocou a histórica derrota ao acordo de saída no parlamento britânico e que levou à aprovação da emenda destinada a encontrar soluções alternativas.
Theresa May regressa ao parlamento no próximo dia 13 de fevereiro com a expectativa de que poderá apresentar nessa altura uma solução para o bloqueio. De acordo com o Guardian, Downing Street planeia levar um novo acordo de saída a votação na Câmara dos Comuns no dia seguinte, 14 de fevereiro.
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Há uma semana, May comprometeu-se a, até ao dia 13 deste mês, agendar a votação de um acordo revisto, caso contrário será reaberta a discussão sobre o Brexit. Ou seja, se até então não houver nenhuma solução plausível de recolher o apoio necessário, volta tudo à estaca zero.
O Brexit está previsto para as 23:00 do dia 29 de março e se, até essa data, não tiver sido aprovado nenhum tratado jurídico a saída acontece sem acordo.
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