Matteo Renzi rejeita eleições antecipadas após referendo
Os italianos vão às urnas em 2018 como planeado, seja qual for o resultado do referendo constitucional, sinalizou o primeiro-ministro italiano Matteo Renzi, neste domingo, 21 de Agosto. "Nós vamos ter [as eleições parlamentares] em 2018", afirmou o chefe de Governo em resposta a uma pergunta de um jornalista que o questionou sobre a possibilidade de marcar eleições antecipadas caso a reforma por si pretendida para o sistema político seja chumbada em referendo pelos italianos.
PUB
Recentemente, Matteo Renzi tinha admitido que se demitiria caso as mudanças constitucionais fossem chumbadas. Alguma imprensa italiana, citada pelo Politico, refere que o primeiro-ministro admitiu agora que "tinha cometido um erro ao personalizar essa votação".
Sobre a pergunta que vai ser feita aos italianos, Renzi garantiu que ela será "simples" e que o eleitorado terá de decidir se quer "diminuir o número de assentos dos membros mais bem pagos dos parlamentos dos países ocidentais e se quer simplificar a política".
PUB
Depois de validar as últimas 500 mil assinaturas recolhidas pelo PD (partido liderado pelo primeiro-ministro Matteo Renzi), em 8 de Agosto o Supremo Tribunal italiano viabilizou a realização do referendo sobre a reforma constitucional proposta pelo Executivo transalpino e aprovada no Parlamento.
PUB
Com esta aprovação formal, o Governo chefiado por Renzi tem agora 60 dias para agendar uma data para a também conhecida como reforma Boschi (último nome da ministra dos Assuntos Parlamentares, Maria Elena responsável política pelo processo). Os dias 13, 20 e 27 de Novembro são apontados pela imprensa italiana como os mais prováveis, principalmente os últimos dois domingos.
PUB
O primeiro-ministro transalpino deposita grandes expectativas neste referendo à lei eleitoral (Italicum), tendo inicialmente ameaçado demitir-se caso perca a consulta pública. Logo que assumiu a presidência do Governo italiano, em Fevereiro de 2014, Renzi identificou como essencial para garantir a estabilidade política do país reformar um regime propenso a crises institucionais castradoras de governos duradouros.
PUB
Contudo, Matteo Renzi chegará ao referendo numa posição bem mais frágil do que aquela que se verificava há poucos meses. O líder do centro-esquerda italiano surge pressionado pelo crescimento do Movimento Cinco Estrelas, que nas últimas autárquicas conseguiu conquistar algumas das maiores cidades transalpinas, entre as quais Roma. E que tem registado um crescimento sustentado nas sondagens. Tem ainda em mãos o dossiê relacionado com a recapitalização da banca italiana, um processo difícil tendo em conta que Bruxelas continua a opor-se à intervenção estatal defendida por Renzi.
PUB
Esta reforma tem como principal objectivo assegurar um maior grau de governabilidade ao país, acabando com o sistema bicameral perfeito, reduzindo os poderes dos senadores (câmara alta), diminuindo o número total de parlamentares e reduzindo os custos relacionados com o funcionamento das diversas instituições.
Saber mais sobre...
Saber mais Matteo Renzi referendo eleições demissão Itália reforma sistema político SenadoAdam Smith aos 250 anos
Quem pediu o euro digital?
Mais lidas
O Negócios recomenda