Matteo Renzi rejeita eleições antecipadas após referendo

Contrariando anteriores indicações, o primeiro-ministro italiano descartou a possibilidade de eleições antecipadas caso os italianos rejeitem os seus planos de reforma do sistema político.
Matteo Renzi Itália
Tony Gentile/Reuters
22 de Agosto de 2016 às 14:54

Os italianos vão às urnas em 2018 como planeado, seja qual for o resultado do referendo constitucional, sinalizou o primeiro-ministro italiano Matteo Renzi, neste domingo,  21 de Agosto. "Nós vamos ter [as eleições parlamentares] em 2018", afirmou o chefe de Governo em resposta a uma pergunta de um jornalista que o questionou sobre a possibilidade de marcar eleições antecipadas caso a reforma por si pretendida para o sistema político seja chumbada em referendo pelos italianos.

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Recentemente, Matteo Renzi tinha admitido que se demitiria caso as mudanças constitucionais fossem chumbadas. Alguma imprensa italiana, citada pelo Politico, refere que o primeiro-ministro admitiu agora que "tinha cometido um erro ao personalizar essa votação".

Sobre a pergunta que vai ser feita aos italianos, Renzi garantiu que ela será "simples" e que o eleitorado terá de decidir se quer "diminuir o número de assentos dos membros mais bem pagos dos parlamentos dos países ocidentais e se quer simplificar a política".

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Depois de validar as últimas 500 mil assinaturas recolhidas pelo PD (partido liderado pelo primeiro-ministro Matteo Renzi), em 8 de Agosto o Supremo Tribunal italiano viabilizou a realização do referendo sobre a reforma constitucional proposta pelo Executivo transalpino e aprovada no Parlamento.

 

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Com esta aprovação formal, o Governo chefiado por Renzi tem agora 60 dias para agendar uma data para a também conhecida como reforma Boschi (último nome da ministra dos Assuntos Parlamentares, Maria Elena responsável política pelo processo). Os dias 13, 20 e 27 de Novembro são apontados pela imprensa italiana como os mais prováveis, principalmente os últimos dois domingos.

 

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O primeiro-ministro transalpino deposita grandes expectativas neste referendo à lei eleitoral (Italicum), tendo inicialmente ameaçado demitir-se caso perca a consulta pública. Logo que assumiu a presidência do Governo italiano, em Fevereiro de 2014, Renzi identificou como essencial para garantir a estabilidade política do país reformar um regime propenso a crises institucionais castradoras de governos duradouros. 

 

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Contudo, Matteo Renzi chegará ao referendo numa posição bem mais frágil do que aquela que se verificava há poucos meses. O líder do centro-esquerda italiano surge pressionado pelo crescimento do Movimento Cinco Estrelas, que nas últimas autárquicas conseguiu conquistar algumas das maiores cidades transalpinas, entre as quais Roma. E que tem registado um crescimento sustentado nas sondagens. Tem ainda em mãos o dossiê relacionado com a recapitalização da banca italiana, um processo difícil tendo em conta que Bruxelas continua a opor-se à intervenção estatal defendida por Renzi.

 

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Esta reforma tem como principal objectivo assegurar um maior grau de governabilidade ao país, acabando com o sistema bicameral perfeito, reduzindo os poderes dos senadores (câmara alta), diminuindo o número total de parlamentares e reduzindo os custos relacionados com o funcionamento das diversas instituições.

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