Primeiro-ministro francês suspende reforma do sistema de pensões
O primeiro-ministro francês propôs a suspensão da reforma do sistema de pensões até 2028, atirando para depois das presidenciais um dos temas mais polémicos da proposta orçamental do seu governo recém-nomeado.
"Vou propôr ao Parlamento que a reforma das pensões de 2023 seja suspensa até depois das eleições presidenciais", disse Sébastien Lecornu perante o parlamento. "Não haverá aumento da idade da reforma entre agora e janeiro de 2028", garantiu.
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No entanto, o chefe do Executivo gaulês alertou que a suspensão terá de "ser compensada", já que "custará 400 milhões de euros em 2026 e 1,8 mil milhões em 2027". "Suspender por suspender não faz sentido", assinalou.
A proposta pretende apaziguar os partidos da oposição de forma a que proposta do Orçamento do Estado para o próximo ano seja aprovada. Após ter sido surpreendentemente renomeado como primeiro-ministro na sexta-feira, depois de se ter demitido poucos dias antes, Lecornu foi alvo de duas moções de censura, que deverão ser votadas na quinta-feira.
Lecornu garantiu ainda aos parlamentares que será a Assembleia Nacional a ter a última palavra sobre a proposta orçamental, indicando que o défice terá de ficar abaixo de 5% do PIB no próximo ano, o que será garantido em parte pelo aumento de impostos sobre algumas grandes empresas.
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Outras políticas de austeridade que constam da proposta passam por grande redução dos empregos do setor público, um congelamento das pensões e dos pagamentos da segurança social e um imposto temporário sobre os contribuintes que ganhem mais de 250.000 euros por ano.
A proposta de orçamento foi discutida em conselho de ministros esta terça-feira, um dia depois do indicado inicialmente, tendo sido adiada com a deslocação do Presidente de França ao Egito para a cimeira da paz.
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