Quarenta anos após adesão à UE, Metsola diz que "há muito de Portugal na Europa"

Presidente do Parlamento Europeu saúda "ambição e determinação" de Portugal no processo que levou à entrada na UE, em simultâneo com a Espanha. Adesão marcou início de uma nova fase política, económica e social. País já recebeu 180 mil milhões em fundos europeus e contribuiu apenas com 58 milhões.
Roberta Metsola diz que, 40 anos depois da adesão, há 'muito de Portugal na Europa'.
Julien Warnand/EPA
Joana Almeida 05:00

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, destacou esta terça-feira que, 40 anos depois da adesão de Portugal à União Europeia (UE) – designada como Comunidade Económica Europeia (CEE) na altura –, há "muito da Europa em Portugal" e "muito de Portugal na Europa". A mensagem surge em vésperas da , a 1 de janeiro de 1986.

"Há 40 anos, Portugal escolheu a Europa pela sua estabilidade democrática  desenvolvimento económico. Hoje temos muito da Europa em Portugal, mas sobretudo temos muito de Portugal na Europa. Obrigada pela vossa ambição e determinação", refere Roberta Metsola, numa curta mensagem de vídeo divulgada pelo Parlamento Europeu.

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O , o primeiro-ministro do I Governo Constitucional eleito após a Revolução dos Cravos, a 28 de março de 1977. Daí até à assinatura formal do Tratado de Adesão passaram oito anos. O Mosteiro dos Jerónimos foi o local escolhido para a assinatura desse tratado, sendo que a adesão entrou formalmente em vigor apenas a 1 de janeiro de 1986, o mesmo dia em que a Espanha dava também o mesmo passo. 

A entrada na CEE marcou o início de uma nova fase económica, com Portugal a registar taxas de crescimento em torno de 6% até à viragem do século devido sobretudo ao elevado montante de fundos comunitários que permitiram financiar inúmeros investimentos no país e alavancar a economia. Foi a "época dourada" das autoestradas e da melhoria de estradas nacionais e acessos regionais, mas também de modernização dos portos e aeroportos, bem como da eletrificação e de expansão do saneamento básico e da formação profissional.

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Mas, após 40 anos e cerca de 180 mil milhões de euros recebidos em fundos europeus, a . À exceção de Lisboa, nenhuma região do país conseguiu ainda superar a média da UE. Em contrapartida, Portugal contribuiu, nestas quatro décadas, com 58 milhões de euros para o orçamento europeu, sendo um . Só em 2024, o saldo das transferências com a UE representou 1,3% do PIB português.

A adesão à CEE ao mesmo tempo que a Espanha, permitiu abrir portas a novos mercados para as exportações nacionais e . Ao mesmo tempo, permitiu captar mais investimento direto estrangeiro e a balança de serviços atingiu máximos, apoiada numa forte promoção do turismo dentro e fora do espaço europeu.

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Com a adesão à CEE, iniciou-se também uma nova fase política e social, que permitiu colocar o país ao lado de outros países europeus num projeto conjunto de integração económica, política e social. "A construção das instituições, os modelos de funcionamento, os apoios sociais e o modelo de economia de mercado [no período de transição até à assinatura do Tratado de Adesão], configuram-se nesta ótica de europeização", lê-se num documento publicado pelo Parlamento Europeu.

Um revela que 89% dos portugueses consideram que a adesão de Portugal à CEE foi benéfica para o país e 74% têm uma imagem positiva da UE. Desde a adesão, os portugueses estão entre os mais favoráveis ao projeto europeu, embora participem pouco nas eleições europeias. 

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Mensagem de vídeo de Roberta Metsola sobre adesão de Portugal à UE
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