pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Crise é maior em Itália, mas resposta da Alemanha "é seis vezes maior", nota Centeno

Mário Centeno está a ser ouvido no Parlamento Europeu enquanto presidente do Eurogrupo. O também ministro das Finanças sublinha a importância da solidariedade europeia na resposta à crise provocada pela covid-19.

centeno
centeno Patricia de Melo Moreira
21 de Abril de 2020 às 17:26

"O impulso orçamental na Alemanha é seis vezes maior do que na Itália, apesar de a crise ser maior em Itália", notou Mário Centeno, presidente do Eurogrupo e também ministro das Finanças português, na sua intervenção inicial na audição no Parlamento Europeu, que decorre esta terça-feira à tarde, por videoconferência. Para Centeno, as respostas que os países estão, individualmente, a dar à crise económica provocada pela covid-19 é fundamental, mas a União Europeia tem de ir mais longe.

"Se ficarmos nesta situação [de dar respostas nacionais ao problema] não faremos tudo o que é necessário", reconheceu o presidente do grupo dos ministros das Finanças da zona euro.

Mário Centeno lembrou as medidas já acordadas entre os países europeus, mas sublinhou a importância de ir mais longe na resposta à crise, encontrando soluções "inovadoras", mas "rápidas". "Ultrapassar este choque exige um elo de solidariedade", frisou.

Centeno aproveitou ainda para recordar que o acesso ao financiamento do Mecanismo Europeu de Estabilidade não exige quaisquer contrapartidas, não tem condicionalidade. "Não há estigma, não há troika, tenho a certeza que com um pouco de tempo todos vão entender isto como uma ferramenta valiosa", argumentou, indicando que esta solução deverá estar operacional dentro de "duas semanas".

Em causa está financiamento disponível até 2% do PIB de cada país, num total máximo de 240 mil milhões de euros, para cobrir custos diretos ou indiretos de saúde, relacionados com a pandemia de covid-19. 

Sobre o fundo de recuperação que deverá ser criado para financiar a retoma na União Europeia, Centeno reconheceu que há ainda divergências entre os países: "Alguns defendem emissões de dívida comum; outros, estão preocupados com qualquer forma de mutualização da dívida, mas isso não quer dizer que não reconheçam a necessidade de tomar medidas extraordinárias." 

Depois, sublinhou que será preciso refletir sobre a forma de canalizar os fundos para os países mais afetados.

Ver comentários
Publicidade
C•Studio