Dez Estados-membros da UE pedem revisão do mercado único
Um grupo expressivo de Estados-membros quer medidas de longo prazo para competir com os Estados Unidos e pede por isso uma revisão do mercado único. Novas regras para os auxílios de Estado preocupam.
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Dez Estados-membros da União Europeia (UE) pediram esta quarta-feira uma revisão profunda do mercado único europeu, para aumentar a competitividade do bloco contra os Estados Unidos e a China no setor das energias renováveis. Estes países já se tinham mostrado preocupados com os impactos de reduzir as regras dos auxílios de Estado, previstas no "Green Deal Industrial Plan" europeu. O apelo surge numa carta enviada à Comissão Europeia divulgada esta quarta-feira e assinada pelos chefes de governo da Bélgica, República Checa, Dinamarca, Estónia, Finlândia, Irlanda, Letónia, Lituânia, Holanda e Eslováquia. "A atenção política tem estado focada em medidas de curto prazo para responder aos preços elevados da energia e a uma competição global mais assertiva no setor das tecnologias limpas", lê-se na carta, a que a Reuters teve acesso. "O que a UE precisa agora é de uma estratégia de longo prazo que nos mantenha lado a lado com a nossa concorrência global em termos de atividade económica e de produtividade", defendem. Nesse sentido, a carta apela a uma "revisão aprofundada" do mercado único, notando que o setor dos serviços da UE, que gera mais de dois terços do PIB europeu, é particularmente importante, tanto como a indústria de tecnologias limpas, como as baterias ou as instalações de hidrogénio. A missiva surge duas semanas depois de, a maioria destes países (à exceção da Estónia e da Lituânia) ter assinado uma outra missiva apelando a "cuidados redobrados" nas alterações às regras de auxílios de Estado previstas no pacote europeu de investimento na transição energética. Recorde-se que a Comissão Europeia propôs "relaxar" as restrições europeias previstas nos auxílios de Estado para investimentos em energia renovável e para a descarbonização da indústria, em parte para responder ao Inflation Reduction Act (IRA), o plano norte-americano que prevê atrair investimento, com fortes incentivos públicos.
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