Indignação na Alemanha com salários na UE superiores ao de Merkel
Segundo um jornal germânico, há mais de 4.000 funcionários da União Europeia com uma remuneração superior à da chanceler alemã, que ganha 16.260 euros brutos por mês.
O jornal alemão “Welt am Sonntag” (WaS) publicou um relatório que indica que mais de 4.000 funcionários da União Europeia têm uma remuneração que supera a da chanceler Angela Merkel. Sublinhe-se que o salário de Merkel é de 16.260 euros brutos por mês.
Esta informação, divulgada numa altura em que se debate a limitação – e até redução – do Orçamento europeu, está a suscitar polémica.
Segundo os dados do WaS, a União Europeia tem mais de 46.000 funcionários, tendo a maioria ligação à Comissão Europeia. Entre os seus rendimentos conta-se um salário com impostos reduzidos, uma remuneração extra por cada filho “deslocado” em Bruxelas, etc. Assim, um chefe de unidade que supervisione 10 pessoas, casado e com um filho, supera facilmente os 16.000 mil euros mensais brutos em remuneração. Pelas contas do WaS, são 4.365 funcionários nessa categoria 13 – de um total de 16 categorias de remuneração.
Nos três níveis superiores, e a título de exemplo, um director-geral que esteja há quatro anos na UE, seja solteiro e sem filhos, aufere 21.310,17 euros brutos por mês.
Se forem feitas as contas em termos líquidos, e dado que a maioria dos funcionários europeus não são tributados nos seus Estados nacionais, mas sim directamente na UE, a proporção dos rendimentos dispara em comparação com chefes de governo, ministros e secretários de Estado, não só alemães como no resto do mundo. A título de exemplo, o WaS refere que os directores de departamento alemães que trabalham para a Comissão Europeia recebem um salário líquido de 11.863,56 euros por mês, mas se pagassem impostos na Alemanha, pagariam mensalmente mais 2.000 euros do que no actual regime europeu.
Com estes números em cima da mesa, o presidente da Associação alemã de Contribuintes, Rainer Holznagel, atacou os “inúmeros privilégios e luxos de que usufruem os funcionários europeus, em comparação com os trabalhadores dos Estados-membros que os sustentam”, sublinha o “El Mundo”.
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