União Europeia regista pela primeira vez um excedente comercial com a Rússia
A balança comercial entre os dois blocos económicos tem vindo gradualmente a encolher. Importações de petróleo russo afundaram, mas gastos com gás mantêm-se equilibrados e até há uma área de bens – a dos fertilizantes – cujas importações aumentaram.
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Os dados do segundo trimestre sobre a balança comercial entre a União Europeia e a Rússia mostram que as exportações do bloco de 27 países mantiveram-se (7,53 mil milhões de euros), enquanto as importações oriundas do país liderado por Vladimir Putin diminuíram (6,98 mil milhões). Isto resulta num excedente comercial, a favor da UE, de 550 milhões de euros, segundo dados do Eurostat, algo que acontece pela primeira vez.
O valor contrasta significativamente com o défice comercial europeu que havia nos primeiros três meses de 2022, na ordem dos 43 mil milhões de euros, e que sofreu uma travagem a fundo após a invasão da Ucrânia pelos russos.
Desde o início da guerra na Ucrânia que a União Europeia estabeleceu várias restrições comerciais com a Rússia, fruto dos diferentes pacotes de sanções económicas que têm vindo a ser aplicadas. Como resultado, as exportações para a Rússia já tombaram 61% entre o primeiro trimestre de 2021 e o segundo trimestre de 2025, com as importações vindas da Rússia a terem derrapado 89% neste período.
A maior queda deu-se na importação de petróleo russo, que valia 14 mil milhões de euros no primeiro trimestre de 2021 e atualmente vale 1,13 mil milhões.
Também as importações de ferro e aço caíram para menos de metade, de 1,42 mil milhões de euros para 530 milhões de euros.
A União Europeia continua, no entanto, a manter alguma dependência face ao gás importado da Rússia. O valor era de 2,99 mil milhões de euros no início de 2021, sendo no segundo trimestre de 2025 na ordem dos 2,90 mil milhões de euros. Ou seja, o valor mantém-se praticamente inalterado ao fim de três anos e meio de conflito na Ucrânia.
Há, até, uma área na qual as importações russas aumentaram. A compra de fertilizantes russos valia 380 milhões de euros no primeiro trimestre de 2021 e no segundo trimestre de 2025 estavam nos 600 milhões de euros.
Entre as indústrias europeias que mais exportam para a Rússia destaque para a farmacêutica, que no segundo trimestre enviou 2,17 mil milhões de euros em bens para o mercado russo, e para a da maquinaria, cujas exportações valem 2,51 mil milhões de euros. Por outro lado, a indústria automóvel que já chegou a valer 2,32 mil milhões de euros no início de 2021, vale apenas 227 milhões de euros.
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