Valls: "Não podemos receber mais refugiados na Europa"
França deixa Alemanha mais sozinha. O primeiro-ministro diz que o seu país não acolherá mais refugiados. Argumenta que é Schengen e o próprio projecto europeu que é preciso defender.
O primeiro-ministro francês avisou esta quarta-feira, 25 de Novembro, que a Europa não pode receber mais refugiados e que a França não o irá fazer além da quota já prevista. Em entrevista a vários jornais europeus, Manuel Valls defendeu que a Europa tem de travar o afluxo de migrantes provenientes do Médio Oriente e que, tal como a Suécia agora anunciou, tem de ser mais rigorosa com os requerentes de asilo. "Nós não podemos receber mais refugiados na Europa. Não é possível", disse Valls, acrescentando que a Europa tem de controlar as suas fronteiras externas. "Se não o fizermos, então as pessoas vão dizer: acabou com a Europa", argumentou, citado pelo EUbserver. "Não foi a França que disse: 'vem!'", acrescentou, tendo porém o cuidado de não criticar directamente a política de acolhimento da chanceler alemã Angela Merkel, qualificando-a de "escolha dignificante". A Eslováquia, a República Checa, a Hungria e a Roménia não querem participar no sistema de quotas para a repartição de refugiados e a Dinamarca anunciou nesta semana que não irá mais participar nesse esquema.
O debate sobre as migrações e os refugiados tem sido influenciado pelo aumento do receio de atentados terroristas. Manuel Valls observou, na mesma entrevista, que "a opinião pública tem conhecimento" de que pelo menos dois dos atacantes Paris "entraram na Europa como refugiados". Ontem, o presidente da Comissão da União Europeia Jean-Claude Juncker apelara aos governantes para não misturar terroristas e imigrantes, lembrando que terão sido dois pessoas mal-intencionadas entre quase 860 mil pessoas que chegaram à Europa neste ano.
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