Bruxelas vai "seguir com atenção" impacto das medidas anunciadas por Macron
A Comissão Europeia vai "seguir com atenção" o impacto sobre o défice francês das medidas anunciadas na segunda-feira pelo Presidente Emmanuel Macron, advertiu hoje em Estrasburgo o comissário europeu dos Assuntos Económicos.
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Numa declaração à agência noticiosa francesa AFP, à margem da sessão plenária do Parlamento Europeu em Estrasburgo, Pierre Moscovici acrescentou que Bruxelas está "em contacto permanente com as autoridades francesas", no quadro dos anúncios de Macron para responder à crise dos "coletes amarelos", escusando-se a fazer mais comentários.
Não sendo ainda conhecido o real impacto das medidas anunciadas pelo presidente gaulês, a imprensa francesa noticia, com base em fonte do executivo gaulês, que o défice orçamental pode sofrer um agravamento de 0,6 pontos percentuais. Tendo em conta que França inscreveu uma meta de 2,8% para o défice em 2019 no esboço orçamental enviado para Bruxelas, o défice poderá então derrapar para entre 3,4%. A confirmar-se, não haverá motivo de regozijo na Zona Euro, porque dessa forma 2019 já não será o primeiro ano, desde a criação da Zona Euro, que todos os países-membros da moeda única apresentam um défice abaixo da meta dos 3%.
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Na segunda-feira, Emmanuel Macron criticou a "inadmissível violência" dos protestos em França, prometeu utilizar "todos os meios para restaurar a calma", e anunciou em simultâneo uma subida do salário mínimo e uma redução nos impostos.
Num discurso dirigido ao país, após várias semanas de contestação do movimento de protesto "coletes amarelos" que alastraram a várias regiões do país e implicaram violentos confrontos com as forças policiais, Macron anunciou um aumento de 100 euros no salário mínimo e uma redução dos impostos para os reformados e trabalhadores.
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Hoje, o presidente da Assembleia Nacional francesa, Richard Ferrand, afirmou que o país terá de "aumentar o défice público" para financiar essas medidas, defendendo, todavia, que o aumento do défice será "estritamente temporário", uma vez que não haverá um efeito de acumulação das medidas económicas e fiscais já anunciadas.
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