Forte recuperação na economia da Zona Euro
Está em curso uma aceleração no crescimento da Zona Euro.
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O desemprego no bloco da moeda única permaneceu em mínimos de mais de sete anos em Novembro, a Alemanha anunciou o segundo aumento consecutivo na produção industrial e a confiança dos empresários franceses voltou a subir. Dados económicos revelados esta segunda-feira que surgem depois de na semana passada terem sido divulgados indicadores que apontam para o crescimento da economia, no quarto trimestre, ao ritmo mais rápido desde 2011.
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Depois de meses de indefinição, está a ficar evidente que a Zona Euro embarcou finalmente no que o presidente do Banco Central Europeu classifica de "recuperação económica moderada mas firme". O desemprego tem vindo a descer de forma contínua, enquanto o aumento da confiança na economia para o nível mais elevado em mais de cinco anos sinaliza que os consumidores e os empresários esperam que a recuperação continue num ano que deverá ser de incerteza politica.
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"Não admira que a confiança dos consumidores esteja a aumentar, já que quase um milhão de pessoas saiu do desemprego na Zona Euro no último ano", comentou à Bloomberg Bert Colijn, economista do ING Bank. "Com as empresas a indicarem que as contratações deverão permanecer fortes nos próximos meses, parece que a criação de postos de trabalho vai continuar a favorecer a recuperação do crescimento económico".
A taxa de desemprego na Zona Euro fixou-se em 9,8% em Novembro, mantendo a mesma marca que tinha observado no mês anterior, relevam dados do Eurostat. Esta é a taxa mais baixa desde Julho de 2009 e saiu em linha com o esperado pelos economistas.
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A Alemanha apresenta a taxa mais baixa da região (4,1%), enquanto em Espanha ascendeu a 19,2%.
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O presidente do BCE, Mario Draghi, tem repetido apelos aos governos para implementar reformas que reduzam o nível estrutural do desemprego e aumentem o potencial de crescimento económico. Contudo, com os partidos que lideram os governos na Alemanha, França e Holanda a tentarem defender-se do crescimento dos movimentos populistas num ano em que decorrem eleições legislativas, a acção poderá ser limitada.
"A taxa de desemprego deverá continuar a descer nos próximos meses", afirma Holger Sandte, economista-chefe da Nordea para a Europa. Os indicadores de sentimento económico "parece decentes e a menos que a política se atravesse no caminho o cenário para o mercado de trabalho não parece mau".
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Em Itália, a taxa de desemprego subiu inesperadamente para um máximo de 17 meses em 11,9% em Novembro, o mês anterior ao referendo que provocou a demissão do primeiro-ministro Matteo Renzi.
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Já a economia francesa está a ganhar força. O índice de confiança na indústria aumentou para máximos de Maio de 2011, o que de acordo com o Banco de França aponta para um crescimento do PIB de 0,4% no quarto trimestre, o dobro do registado nos três meses anteriores.
Na Alemanha, a produção industrial aumentou 0,4% em Novembro e as exportações subiram 3,9% no mesmo mês. "A Alemanha está bem – a economia está a crescer a um ritmo suficientemente forte para impulsionar o emprego sem provocar pressões inflacionistas", afirmou Andreas Scheuerle, economista do Dekabank. "Se não fosse o resto do mundo, [a Alemanha] estaria numa forte posição".
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