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Grécia: FMI declara atraso no pagamento do empréstimo

Tal como era esperado, a Grécia não cumpriu o pagamento de quase 1,6 mil milhões de euros ao FMI. O Fundo comunicou que o pagamento estava "em atraso" e confirmou o pedido de adiamento do reembolso por parte do governo grego.

18 de Junho Christine Lagarde Yanis Varoufakis
18 de Junho Christine Lagarde Yanis Varoufakis Reuters
30 de Junho de 2015 às 23:13

O FMI comunicou que a Grécia está atrasada no pagamento do empréstimo que se vencia esta terça-feira. O comunicado do Fundo revela ainda que o Governo de Atenas solicitou o adiamento da amortização do empréstimo.

"A Grécia está em atraso e poderá apenas receber financiamento do FMI" depois de ter feito o devido reembolso, afirma o Fundo num comunicado divulgado pouco depois das 23h de Lisboa.

 

A instituição confirmou ainda ter recebido, da parte das autoridades gregas, "um pedido de adiamento do reembolso" de quase 1,6 mil milhões de euros que estava agendado para esta terça-feira. O "atraso" do reembolso e a solicitação do adiamento vão agora ser comunicados ao Conselho de Administração do FMI.

Ao declarar que a Grécia está "atrasada" e não em "incumprimento", o Fundo cria margem para continuar a negociar com as autoridades gregas, o que é reforçado pelo pedido do Governo de Atenas de solicitar ao FMI mais tempo para amortizar o empréstimo.

A decisão da instituição liderada por Christine Lagarde colocou assim de parte o pior cenário, o de incumprimento. Caso fosse desde já decretado um incumprimento, como a líder do FMI chegou a admitir na semana passada, poderiam desencadear-se um conjunto de efeitos em cadeia com os outros credores a solicitarem pagamentos antecipados e o BCE a pedir mais garantias para os créditos que tem sobre a Grécia. 

Se o FMI tivesse decretado desde já o "incumprimento" da Grécia, podia estar gerado um "evento de crédito" que desencadeia vários efeitos dominó. Os fundos especulativos, conhecidos como "abutres", solicitariam de imediato o pagamento antecipado. O Banco Central Europeu poderia ter de elevar o "hair cut" à dívida helénica e teria de exigir garantias adicionais, não se sabendo se a Grécia as tem. Também os países que emprestaram dinheiro à Grécia, ao abrigo do primeiro memorando, poderiam desde logo solicitar o pagamento antecipado.

Este atraso significa que há uma falta de pagamento mas, ao mesmo tempo, toma em linha de conta o pedido de adiamento do reembolso solicitado esta terça-feira ao FMI pelo governo grego. Pedido feito já depois de Atenas ter também solicitado nesta terça-feira, durante a tarde, junto do Eurogrupo, o prolongamento do programa grego que expirou hoje. Término do programa que foi confirmado, esta terça-feira, pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).

No entanto, apesar de terem aceitado discutir um eventual terceiro resgate à Grécia, os ministros das Finanças recusaram, não apenas prolongar o programa, mas também reestruturar a dívida da Grécia perante o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF). Este segundo memorando já havia sido prolongado por duas vezes, a primeira das quais, ainda em Dezembro, por um período de dois meses, e a segunda, já em Fevereiro, pelo período de quatro meses que terminou, precisamente, esta terça-feira.

Foi já depois desta decisão do Eurogrupo que, também esta terça-feira, 30 de Junho, as autoridades helénicas avançaram, junto do FMI, com um novo pedido de adiamento para Novembro da devolução dos quase 1,6 mil milhões de euros devidos este mês à instituição liderada por Christine Lagarde. Pedido que foi recusado.

Foi já depois desta decisão do Eurogrupo que, também esta terça-feira, 30 de Junho, as autoridades helénicas avançaram, junto do FMI, com um novo pedido de adiamento para Novembro da devolução dos quase 1,6 mil milhões de euros devidos este mês à instituição liderada por Christine Lagarde. Pedido que foi recusado.

Inicialmente era suposto que a Grécia pagasse quatro parcelas ao longo do presente mês de Junho – 310,7 milhões de euros no dia 5; 349,5 milhões no dia 12; 582,5 milhões a 16 de Junho; e, por fim, novamente 349,5 milhões de euros no dia 19.

Depois de em Maio as autoridades gregas terem recorrido às reservas de emergência que os Estados-membros têm depositadas no Fundo, para assegurar o reembolso dos 750 milhões de euros agendados para esse mês, tornou-se cada vez mais provável que a Grécia não iria ter a liquidez necessária para cumprir as obrigações previstas para Junho, a menos que Atenas e as instituições credoras chegassem a acordo. Impossibilidade que foi confirmada esta terça-feira pelo ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis.

Depois de em Maio as autoridades gregas terem recorrido às reservas de emergência que os Estados-membros têm depositadas no Fundo, para assegurar o reembolso dos 750 milhões de euros agendados para esse mês, tornou-se cada vez mais provável que a Grécia não iria ter a liquidez necessária para cumprir as obrigações previstas para Junho, a menos que Atenas e as instituições credoras chegassem a acordo. Impossibilidade que foi confirmada esta terça-feira pelo ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis.

A Grécia juntou-se assim a três outros países que também têm pagamentos em "atraso" ao FMI: Zimbabué, Somália e Sudão.

(Notícia actualizada às 00h55)

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