Governo vai voltar a propor reforma da supervisão financeira "proximamente"
O Governo vai voltar a submeter a proposta para a reforma da supervisão financeira à Assembleia da República, "proximamente". A garantia foi dada esta segunda-feira, 27 de janeiro, pelo ministro das Finanças, Mário Centeno.
PUB
A questão tinha sido colocada pela deputada Cecília Meireles, do CDS-PP, que quis saber se o Governo tinha desistido de melhorar a supervisão financeira no país. Na resposta, Mário Centeno assumiu que a proposta para a reforma da supervisão tinha sido entregue na anterior legislatura já "tardiamente", mas frisou que tal aconteceu porque o Executivo quis negociar com todos os agentes económicos e esperar pela estabilização do sistema financeiro para poder propor alterações.
Agora, e considerando Mário Centeno que o sistema financeiro está estabilizado, a proposta será recuperada na atual legislatura e será submetida ao Parlamento "proximamente".
PUB
Na anterior legislatura, os deputados decidiram que, tendo em conta o momento da submissão da proposta, e a dimensão das alterações que o Executivo queria implementar, já não teriam tempo para a apreciar com o tempo que consideravam necessario. A proposta acabou por não ser trabalhada na especialidade e a legislatura chegou ao fim, tendo a iniciativa legislativa caducado.
Em causa estava uma transformação grande do modelo de supervisão financeira, com a criação de um Sistema Nacional de Supervisão Financeira, composto pelos três supervisores setoriais (Banco de Portugal, Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões), o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF) e pela nova Autoridade de Resolução e Administração de Sistemas de Garantia.
PUB
A iniciativa mereceu críticas por parte dos reguladores. Nomeadamente, o Governo foi acusado de querer interferir no Banco de Portugal, por clarificar que a Inspeção Geral de Finanças poderia inspecionar as ações do banco, excluindo-se dessa fiscalização as iniciativas relacionadas com a sua atividade de banqueiro central.
Em novembro do ano passado, o secretário de Estado das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, já tinha assumido a intenção do Governo de recuperar a reforma da supervisão, sublinhando que a revisão dos estatutos dos supervisores vai reforçar "as obrigações de transparência e prestação de contas para que a Assembleia da República e o público tenham acesso a cada vez mais informação."
PUB
Saber mais sobre...
Saber mais Orçamento do Estado para 2020 Mário Centeno Assembleia da República Discussão na especialidade reforma da supervisão financeiraAdam Smith aos 250 anos
Quem pediu o euro digital?
Mais lidas
O Negócios recomenda