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Governo assume queda no investimento em 2016

No Orçamento do Estado para o próximo ano, o Executivo admite que o investimento total vai recuar em 2016, uma diminuição que deverá ficar abaixo de 1%. Este é um dos motivos da revisão em baixa do crescimento económico.

debate estado nação parlamento antónio costa mário centeno
debate estado nação parlamento antónio costa mário centeno Miguel Baltazar
13 de Outubro de 2016 às 17:52

O Governo prevê que o investimento total vai cair este ano em relação a 2015. A projecção de uma taxa de variação negativa, que ficará abaixo de 1%, faz parte do cenário macroeconómico preliminar que o Executivo usou nos trabalhos de preparação do Orçamento do Estado para 2017, sabe o Negócios.

No Programa de Estabilidade, com data de Abril, as Finanças apontavam para um crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) de 4,9% em 2016. No entanto, na actualização de previsões que constará no Orçamento do Estado o Executivo aponta para uma quebra que deverá ficar abaixo de 1%. Este reconhecimento acontece depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter defendido que o investimento feito por empresas estrangeiras está a aumentar e de o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, ter assumido que o investimento público está a diminuir. Para 2017, o Governo vai projectar uma recuperação do investimento, com uma taxa de crescimento marginalmente acima de 3% e bem abaixo da projecção que o Governo tinha feito no Programa de Estabilidade para o próximo ano (4,8%).

A forte revisão em baixa do investimento é um dos contributos para o corte na previsão de crescimento económico. Para este ano, o Governo vai cortar na projecção de crescimento, dos 1,8% previstos em Abril para 1,2%. Em 2017, as Finanças esperam uma aceleração do crescimento económico, para 1,5%.

No entanto, para o corte na previsão de crescimento económico para 2016 contribuem também a revisão em baixa nas previsões para o consumo privado e exportações. De acordo com informações recolhidas pelo Negócios, em Abril, o Governo esperava que o consumo das famílias crescesse 2,4% este ano, mas agora espera um valor em torno dos 2%. Em 2017, esta componente do PIB deve abrandar, uma tendência que já era prevista quando o Governo elaborou o Programa de Estabilidade.

No caso das exportações, o Governo apontava para um aumento das exportações de 4,3% mas agora este crescimento ficará ligeiramente acima de 3%. Para 2017, o Executivo espera uma aceleração para um valor acima de 4%, mas abaixo do que estava projectado em Abril, quando o Governo apontava para um aumento de 4,9%.

O quadro de previsões que o Governo está a fechar esta quinta-feira no Conselho de Ministros revela ainda que as importações vão crescer menos do que o previsto em Abril. As compras de bens ao exterior deverão acelerar entre 2016 e 2017, mas nunca saindo do intervalo entre 3% e 4%.   

Quanto ao consumo público, o Governo espera um aumento para este ano superior ao crescimento de 0,2% previstos no Programa de Estabilidade. Já para 2017, as contas do Executivo continuam a apontar para uma quebra, mas acima do que foi projectado naquele documento.    

O quadro de previsões que o Governo está a fechar esta quinta-feira no Conselho de Ministros revela ainda que as importações vão crescer menos do que o previsto em Abril. As compras de bens ao exterior deverão acelerar entre 2016 e 2017, mas nunca saindo do intervalo entre 3% e 4%.   

Quanto ao consumo público, o Governo espera um aumento para este ano superior ao crescimento de 0,2% previstos no Programa de Estabilidade. Já para 2017, as contas do Executivo continuam a apontar para uma quebra, mas acima do que foi projectado naquele documento.    

Globalmente, o Governo revê em baixa a previsão de crescimento para este ano e para o próximo. Antes o Executivo acreditava que em cada um dos anos a economia cresceria 1,8%. Mas agora, acredita que o PIB vai subir 1,2% em 2016 e 1,5% em 2017. Estes números foram divulgados pelo Governo na quarta-feira, 12 de Outubro, nas reuniões que teve com os partidos que não integram o Executivo.

Se no lado do crescimento da economia o cenário é pior, do lado do mercado de trabalho o Governo tem perspectivas mais favoráveis. O Executivo acredita que a taxa de desemprego este ano ficará abaixo do que tinha sido projectado em Abril. Naquela altura, as Finanças apontavam para uma taxa de 11,4% mas agora esperam que o desemprego atinja 11,2% da população activa. Para 2017, o Governo prevê uma redução da taxa de desemprego para 10,4%, um número também melhor do que o avançado em Abril (10,9%).

Em matéria de criação de emprego, o Executivo conta com uma melhoria em 2017 face aos valores previstos no Programa de Estabilidade e em relação a 2016. Ou seja, as contas das Finanças indicam que no próximo ano haverá mais criação de emprego do que este ano.

No campo orçamental, e de acordo com as informações partilhadas pelo Governo com os partidos na quarta-feira, o défice deste ano deverá ficar em 2,5% - o limite imposto por Bruxelas e acima dos 2,2% previstos inicialmente. Já para 2017, os cálculos apontavam para um valor a variar entre 1,7% e 1,8%.

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