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Leão assume: tem informação "robusta" para esperar défice abaixo da meta de 4,3%

Em entrevista à Reuters, e a duas semanas de fechar o ano, o ministro das Finanças assume com elevada certeza que espera fechar 2021 com um défice "ligeiramente abaixo" da meta de 4,3%.

Rodrigo Antunes / Lusa
16 de Dezembro de 2021 às 16:16

E pelo sexto ano consecutivo, João Leão – primeiro secretário de Estado do Orçamento e agora ministro das Finanças – prepara-se para um novo brilharete orçamental. Em entrevista à Reuters, o governante assume que tem informação "robusta" para antecipar um défice "ligeiramente abaixo" da meta de 4,3% que tinha definido para este ano.

"Temos um grau elevado de segurança que Portugal pode cumprir, mais uma vez, a meta do défice orçamental de 4,3% este ano e pode, inclusivamente, ficar abaixo... com base na informação mais recente que temos, que já é bastante robusta", assumiu o governante. "No limite poderá ficar num valor ligeiramente abaixo," admitiu.

A alta probabilidade de fechar 2021 com um défice abaixo do projetado – tal como aconteceu em 2016, 2017 (excluindo a capitalização da Caixa Geral de Depósitos), 2018, 2019 e 2020 – já tinha sido sinalizada ao Negócios por vários peritos em contas públicas há cerca de duas semanas, quando a Direção Geral do Orçamento revelou as contas até outubro.

Na altura, o Governo não quis adiantar mais informação e assegurou que não tinha ainda nenhuma estimativa melhor para o défice deste ano, para além da projeção de 4,3% do PIB que tinha inscrito na proposta de Orçamento do Estado para 2022 (que acabou por ser chumbada pelo Parlamento).

Mas agora o governante assume essa possibilidade, frisando o bom momento da recuperação económica, apesar da subida do número de contágios por covid-19. Aliás, João Leão reconhece que as medidas de saúde pública adotadas neste momento foram desenhadas por forma a proteger também a economia. "Apesar da Europa estar na quarta vaga da pandemia, em Portugal a economia mantém-se a funcionar. As medidas foram tomadas pelo Governo no sentido de evitar que afetasse a atividade económica", diz.

"Os indicadores que temos, neste momento, é que Portugal está numa fase de franca recuperação", sublinha. "Estamos confiantes que vamos crescer em torno de 4,8% este ano", indica, reafirmando assim a projeção mais recente para o PIB. "No mês de Novembro as compras através de Multibanco das famílias portuguesas superaram em 8% as do período homólogo de 2019", adianta.

O bom desempenho económico e a contenção das contas públicas vão colocar a dívida pública de novo numa trajetória descendente, assegura João Leão. "Portugal vai ter uma redução da dívida dos cerca de 135% o ano passado para 126,9% que prevemos para este ano", afirma, mantendo a meta que já estava na proposta de OE 2022.

Para o próximo ano, João Leão sublinha a importância de se encontrarem condições de "governabilidade e estabilidade" para o país, na sequência das eleições legislativas marcadas para 30 de janeiro. Presumindo que o resultado eleitoral o permite, "é de esperar que Portugal tenha uma forte recuperação económica".

O ministro diz que, seria "prematuro" entrar em conversações com outros partidos antes das eleições mas não fechou a porta a entendimentos, seja com a esquerda, seja com o PSD. "O PS é o partido que está mais bem posicionado nesta fase, tem maiores condições de conseguir uma maioria reforçada. Esperemos que isso possa ser materializado", apelou.

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