Preços das casas renovam máximo histórico com subida de 17,2%
Face a um ano antes, a procura está a crescer 15,5%. Compradores no estrangeiro seguem em queda.
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O ritmo de subida dos preços da habitação voltou a acelerar no segundo trimestre deste ano, alcançando um novo máximo histórico nas séries do Instituto Nacional de Estatítica (INE) num momento em que o mercado nacional ganha maior peso e as compras por estrangeiros seguem a recuar.
O novo recorde, divulgado pelo INE nesta segunda-feira, traduz-se numa subida homóloga de 17,2% no índice de preços da habitação. Face aos primeiros três meses do ano, a subida é de 4,7%. No primeiro trimestre, recorde-se, os preços das casas estavam já a crescer 16,3% face a igual período do ano passado.
A nova aceleração de preços ocorre em paralelo com várias medidas de apoio a compra de primeira habitação destinadas a quem tem até 35 anos, incluindo a medida de garantia pública para facilitar o acesso a crédito bancário mas também medidas fiscais como a isenção de IMT. Acontece também num momento de estabilização dos juros de referência do Banco Central Europeu após cortes cumulativos de dois pontos percentuais nas taxas da autoridade monetária que guiam a evolução das taxas Euribor, e às quais é indexada a maioria dos contratos de crédito da habitação.
Os dados do INE mostram que a procura continuou a crescer de forma acentuada no segundo trimestre, embora a um ritmo mais lento do que o verficado no trimestre anterior. Entre abril e junho foram vendidas 42.889 habitações, representando mais 15,5% do que em igual período de há um ano. No primeiro trimestre, as transações estavam a subir 25%.
Do total de casas vendidas no segundo trimestre, os compradores com domícilio fiscal no país adquiriram 40.782, com o crescimento da procura nacional a fixar-se nos 17,7% na comparação com o mesmo trimestre de 2024.
Já os compradores com domicílio fiscal fora do país adquiriram 2.107 casas, numa redução de 14,5% face a igual período do ano passado. No primeiro trimestre, a procura por estrangeiros crescia ainda, em 1,5%.
Os dados do INE mostram que a compra de casas por residentes está num máximo superior a quatro anos. Só no trimestre inicial de 2021, em período de pandemia, se registou um valor mais elevado de transações, então 43.607. Seguiu-se depois uma quebra acentuada na venda de casas a compradores com domicílio fiscal no país, que coincidiu com o período de subida de taxas de juro pelo BCE na resposta à crise inflacionista.
O aumento de transações e no índice de preços reportado agora pelo INE resultou num valor global de vendas de 10,3 mil milhões de euros no segundo trimestre, mais 30,4% que um ano antes.
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