Exportadoras pedem intervenção urgente do Governo perante nova greve nos portos
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias entregou novo pré-aviso de greve até 13 de dezembro. O Conselho Português de Carregadores fala em ameaça real à confiança dos investidores e às cadeias de abastecimento.
O Conselho Português de Carregadores (CPC), que representa alguns dos maiores exportadores nacionais – entre as quais EDP, Petrogal, Navigator, Cimpor, Sovena ou Somincor – voltou esta segunda-feira a fazer um “apelo urgente ao Governo para que promova, sem demora, o diálogo e a negociação”, perante o novo pré-aviso de greve apresentado pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias (SNTAP).
Depois das paralisações que tiveram lugar em outubro e no início de novembro, estão agora previstas greves adicionais entre 21 de novembro e 13 de dezembro, abrangendo os principais portos do continente e a Companhia Logística de Terminais Marítimos (CLT).
“Esta nova vaga de greves, sucedendo à já recente paralisação de outubro e início de novembro, agrava ainda mais a instabilidade operacional dos portos nacionais, com consequências diretas e severas para toda a cadeia logística e para a competitividade da economia portuguesa”, diz o CPC.
Entre os riscos que identifica contam-se “atrasos e retenção de navios à entrada e saída dos portos, com impacto imediato na circulação de mercadorias”, assim como a “rutura de stocks e dificuldades de abastecimento para empresas industriais, comerciais e de distribuição”.
O CPC receia ainda o “aumento dos custos logísticos para carregadores e operadores, devido a custos de paralisação e desvios de navios para portos estrangeiros e à necessidade de soluções alternativas de transporte” e a “perda de confiança dos mercados internacionais na fiabilidade dos portos portugueses, prejudicando a captação de novos fluxos de carga e investimentos”.
Em seu entender, está ainda em causa o “comprometimento dos objetivos estratégicos nacionais, nomeadamente os definidos no programa “Portos 5+”, essenciais para o crescimento económico e para a afirmação de Portugal como plataforma logística de excelência”.
Por essa razão, a entidade que representa grandes exportadores nacionais “reitera o seu apelo urgente ao Governo" para que promova "a negociação entre as partes envolvidas, de modo a garantir a reposição da paz social nos portos nacionais e a salvaguarda das operações logísticas vitais para o país”.
Em seu entender, “a persistência deste clima de instabilidade representa uma ameaça real ao desenvolvimento económico, à confiança dos investidores e à sustentabilidade das cadeias de abastecimento nacionais e internacionais”.
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