pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

PRR: Pinto Luz admite atrasos na habitação mas acredita que prazos serão cumpridos

O ministro das Infraestruturas, que visitou alguns dos projetos de habitação em curso em Alcanena e entregou as primeiras seis chaves no âmbito do programa de renda acessível, reconheceu que "os desafios são enormes", mas insistiu que continua "a acreditar".

Alexandre Azevedo
26 de Maio de 2025 às 20:06

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, admitiu esta segunda-feira atrasos na execução dos projetos previstos na componente de habitação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas disse continuar "a acreditar" que os prazos serão cumpridos.

"Continuamos a acreditar e convictos que vamos cumprir o PRR. Aliás, tem que ser um desafio nacional, um desafio que compete a todos a conclusão e podermos cumprir esse desígnio dos 26 mil fogos em junho de 2026", afirmou o ministro, em Alcanena, no distrito de Santarém.

Miguel Pinto Luz, que visitou esta tarde alguns dos projetos de habitação em curso no concelho e entregou as primeiras seis chaves no âmbito do programa de renda acessível, reconheceu que "os desafios são enormes", mas insistiu que continua "a acreditar", dando o exemplo do trabalho desenvolvido em Alcanena.

"Continuamos a acreditar que é possível, vamos conseguir fazer e, com exemplos como os de Alcanena, com certeza que o vamos fazer", salientou, apontando que as causas para os atrasos estão identificadas e serão encontradas soluções para as ultrapassar.

Referindo o "preço da construção" e a "suborçamentação que existiu nos vários programas", Miguel Pinto Luz enalteceu o trabalho do atual Governo, que fez um "esforço hercúleo de aumentar a capacitação, de aumentar a resposta do orçamento do Estado [...] para poder cumprir" o PRR.

"Nos próximos meses veremos esse ritmo cada vez mais acelerado para concluirmos os 26 mil fogos [até junho de 2026], que nós acelerámos para 10 mil extra, que serão financiados também a 100%, e por isso acreditamos que conseguimos, com a ajuda dos municípios", declarou.

Questionado pela evolução dos projetos no âmbito do 1º Direito - Programa de Apoio ao Acesso à Habitação, o governante confirmou existirem atrasos por concursos vazios, que imputou à "suborçamentação" dos projetos por parte do anterior executivo socialista.

"Hoje os preços da construção continuaram a subir e, portanto, temos alguns concursos vazios, já foi notícia. Estamos preocupados com esta situação, mas estamos a monitorizar e estamos sempre a encontrar soluções", assegurou.

Além do orçamento "mais do que redobrado", o governante apontou a soluções que passam por "arquiteturas diferentes dos modelos de financiamento" para "poder acudir a esses preços da construção cada vez mais elevados".

Relativamente ao município de Alcanena, o ministro considerou tratar-se de uma "referência" pela "visão integrada" para o desenvolvimento do concelho, aliada a um pacote global de investimento em 318 fogos, no âmbito do 1.º Direito e renda acessível, na ordem dos 40 milhões de euros (ME).

"É um exemplo e está a liderar. Precisamente porque tem um programa de renda acessível absolutamente único e um 1.º Direito também absolutamente único. Mas, eu diria que esta visão de reabilitar o casco velho, trazer a multiplicidade de usos para dentro do casco velho - e fizemos este percurso a pé desde os Paços do Concelho até aqui - percebemos aquilo que está a acontecer no casco velho. Era isto que devia ter acontecido de norte a sul", afirmou.

Alcanena, com um projeto global para 308 fogos e um investimento na ordem de 40,5 milhões de euros, já entregou 27 fogos no âmbito do 1.º Direito e tem mais 68 em construção, num investimento global de nove milhões de euros.

Ao nível da habitação a custos acessíveis, Alcanena entregou hoje os primeiros seis fogos, tendo outros 145 em construção, 35 em concurso público e 27 em projeto, num investimento de 31,5 milhões de euros.

Segundo o presidente da Câmara de Alcanena, Rui Anastácio (eleito pela coligação PSD/CDS-PP/MPT), o município recebeu 100 candidaturas para os seis fogos que hoje foram entregues.

"Temos aqui um conjunto de desafios muito grande, mas de facto esta oferta qualificada de habitação é uma das peças do puzzle indispensáveis para conseguirmos combater este inverno demográfico que estamos a viver no país e na nossa região", afirmou.

Ver comentários
Publicidade
C•Studio