“Descida do IRC foi das primeiras coisas que se deixou cair”, diz Ferraz da Costa

Presidente do Fórum para a Competitividade entende que a convicção do Governo para descer o imposto não era forte. Considera também mais important criar condições para que empresas ganhem dimensão.
“Descida do IRC foi das primeiras coisas que se deixou cair”, diz Ferraz da Costa
Maria Caetano e Rosário Lira 10 de Novembro de 2024 às 11:00

O presidente do Fórum para a Competitividade, Pedro Ferraz da Costa, defende que a convicção do Governo para avançar na descida de IRC não era forte, e não antecipa qualquer desfecho sobre o que sucederá na discussão da especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2025 quanto à proposta do Governo de redução de um ponto percentual na taxa do imposto.

"Ninguém sabe o que é que vai acontecer", refere em entrevista ao Negócios e Antena 1 no programa Conversa Capital, sobre a eventualidade de o grupo parlamentar do PSD poder apoiar um corte maior, face a propostas que já estão em cima da mesa, para já do Chega. A questão tem sido levantada, por exemplo, junto do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, que tem repetido que o processo orçamental pertence agora aos partidos.

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De qualquer maneira, diz Ferraz da Costa, "há algumas lições" a tirar do processo de negociação anterior à apresentação da proposta do Orçamento, no qual, para procurar garantir a viabilização do documento pelo PS, o Governo diminuiu o corte de IRC programado para o próximo ano, de dois para um ponto percentual de descida.

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"Por um lado, a atual direcção do PS - e a anterior não era assim tão diferente - tem muito um espírito anti-empresarial. Tolera as empresas que têm que existir, mas ambicionariam viver num sistema socialista. A segunda conclusão é que, do lado do PSD, a convicção para reduzir a taxa do IRC também não era muito forte. Porque foi das primeiras coisas que se deixou cair", defende o empresário.

Contudo, o antigo presidente da Confederação Empresarial de Portugal considera que o "mais importante" é "um conjunto de propostas que fizemos no sentido de facilitar a concentração de empresas e o aumento da escala das empresas". "Não é possível esperar que milhares de microempresas tenham facilidade em entrar em novas atividades e em novos mercados. Quase tudo aquilo que é necessário fazer exige empresas maiores", diz.

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