Marcelo receia que "bloco central de interesses" mantenha justiça no "pântano"
O Presidente da República considera que existe um "bloco central de interesses" na Justiça que constitui um "risco" para o sector e que os parceiros sociais têm "uma palavra a dizer" para que tudo não fique "tão ou mais pantanoso" neste domínio.
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As palavras fortes de Marcelo Rebelo de Sousa, esta quarta-feira, 7 de Setembro, vieram vincar a necessidade de fazer um pacto entre os parceiros da Justiça, que o Presidente da República tinha proposto na semana passada, durante a abertura do ano judicial.
"O pior que pode acontecer é a sedimentação de um bloco central de interesses que acabe por inviabilizar o que é preciso fazer na justiça. É contra esse risco que os parceiros sociais têm mais uma palavra a dizer", afirmou o Chefe de Estado no encerramento da conferência "Que justiça queremos?", organizada pela Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP).
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Marcelo alertou mesmo que, sem um aprofundamento da experiência comum entre os parceiros - e mesmo que tal aconteça a um ritmo mais lento e não de "um fôlego" -, "a afirmação do bloco central de interesses será inevitável. Bloco que tem todo o empenho em que nada mude e fique tão o um mais pantanoso, tão ou mais equívocoaos olhos de todos os portugueses", afirmou em declarações transmitidas pelas televisões.
O Presidente renova o apelo depois de, diz, ter recebido de vários parceiros da justiça ao longo dos últimos meses o pedido para que não se esquecesse deste sector quando falasse da necessidade de entendimentos e de pontes.
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"Tenho esperança que o meu apelo será interiorizado. (...) A justiça é um esteio crucial do estado de direito democrático", afirmou, realçando que o que importa na aproximação entre os agentes do sector, independentemente do ritmo, é criar uma "crescente credibilização da justiça."
Na semana passada, na inauguração do ano judicial, Marcelo desafiou os parceiros do sector a abrirem caminho para a criação de um "pacto para a justiça", para lhe dar "uma prioridade [política] que lhe tem faltado" pois "só assim os direitos fundamentais serão concretizados".
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Classificando o sistema judicial como "lento e caro e como consequência classista", instou os parceiros não partidários no mundo da justiça a entenderem-se e a abrirem caminho aos partidos, "criando condições reforçadas e à criação de um pacto para a justiça, mesmo se delineado por fases ou por áreas."
(Notícia actualizada às 17:59 com mais informação; título alterado às 17:46, de "Marcelo contra 'bloco central de interesses' na Justiça" para "Marcelo receia que 'bloco central de interesses' mantenha justiça no "pântano")
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