Escolha de Trump para o Tesouro promete maior revolução fiscal desde Reagan
Já há mais dois nomes na equipa de Donald Trump para a Casa Branca, confirmando rumores dos últimos dias.
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Steven Mnuchin (na foto), um ex-banqueiro do Goldman Sachs, ficará com a pasta do Tesouro (equivalente a um Ministério das Finanças), enquanto Wilbur Ross, um multimilionário especialista em reestruturações de empresas, será secretário do Comércio. A indicação foi confirmada pelos próprios esta quarta-feira, em declarações ao canal de televisão CNBC.
Ao mesmo meio, citado pela Reuters, Mnuchin disse acreditar que o objectivo de crescer entre 3% e 4% é atingível e que está a preparar a maior mudança nos impostos desde o consulado de Ronald Reagan nos anos 80. As reduções nos impostos sobre o rendimento serão compensadas com menores deduções, ao passo que as deduções com hipotecas serão limitadas, afirmou.
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Outra garantia é a de que a reforma do comércio estará no topo da agenda da administração Trump, embora ambos os responsáveis refiram que não acreditam em acordos comerciais regionais. Ross criticou a este propósito a parceria comercial transpacífico (TPP na sigla inglesa), considerando que os EUA têm estado, nos últimos anos, a conduzir uma política comercial "idiota".
Mnuchin deixou por seu lado críticas à regulamentação dos mercados imposta depois da crise de 2008 – designada Dodd-Frank- que considerou demasiado complicada e de difícil interpretação. O titular do Tesouro afirmou ainda acreditar que as taxas de juro se manterão num nível relativamente baixo nos próximos anos e elogiou o papel da presidente da Fed, Janet Yellen, que Trump criticou durante a campanha.
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Wilbur Ross acompanhou Mnuchin na avaliação positiva de Yellen, que diz ter lidado com uma situação difícil e fez um "trabalho razoavelmente bom", e afirmou esperar que os juros subam na próxima reunião da Reserva Federal, em Dezembro – como está também a ser antecipado pelos mercados.
Steven Mnuchin, foi director financeiro da campanha presidencial de Donald Trump e fez quase toda a carreira no mundo financeiro. Trabalhou durante 17 anos no Goldman Sachs, de onde saiu em 2002; passou depois pelo Soros Fund Management, antes de se lançar na produção de filmes em Hollywood.
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Wilbur Ross é designado pela imprensa norte-americana como o "rei da bancarrota", uma alusão ao historial deste multimilionário marcado pela compra de empresas que, pese embora as dificuldades financeiras que atravessam, têm potencial de gerar rentabilidade. Ross desempenhou um importante papel na construção do plano económico do então candidato republicano às presidenciais norte-americanas e é particularmente conhecido por ter sido um dos mais ferozes defensores da importância de os Estados Unidos renegociarem os acordos de comércio livre.
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