Tarifas, TikTok e petróleo russo. EUA e China reunidos aqui "ao lado" para resolver diferendos

Os representantes das duas maiores economias mundiais já se encontraram esta tarde em Madrid, Espanha, mas as reuniões vão prolongar-se até quarta-feira.
Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA
Alex Brandon / AP
Rui da Rocha Ferreira 19:22

Os EUA e a China têm vários diferendos em curso e cujas potenciais soluções precisam de ser encontradas – umas mais rápido do que outras. É para discutir estes pontos de discórdia – que incluem temas como as tarifas comerciais, o futuro da rede social TikTok e o petróleo russo – que representantes dos dois países iniciaram este domingo, em Madrid, uma nova ronda de negociações.

Os EUA estão representados pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent (na imagem em cima), e pelo representante do Comércio Jamieson Greer. Já do lado chinês as negociações são encabeçadas pelo vice-primeiro-ministro He Lifeng.

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Segundo um comunicado do Departamento do Tesouro dos EUA, os dois países vão ainda discutir questões de segurança nacional, redes de lavagem de dinheiro, entre outros temas "de interesse mútuo".

O caso mais urgente a precisar de resolução é a rede social TikTok. A empresa dona da rede social, a ByteDance, tem até 17 de setembro para encontrar um comprador para a operação norte-americana ou a aplicação arrisca a ser novamente bloqueada nos EUA. Se o tema lhe soa familiar, é porque tem estado em discussão há já vários meses – e o TikTok chegou mesmo a ser "banido" das lojas de aplicações dos EUA por algumas horas, em janeiro. Mas o Presidente dos EUA, Donald Trump, já concedeu duas extensões para que fosse encontrada uma solução para a rede social. Na quarta-feira termina a mais recente extensão, o que significa que esta semana pode trazer novidades quanto ao futuro da rede social TikTok.

A questão tarifária pode não ser tão urgente – os países concordaram numa "trégua comercial" durante 90 dias, cujo prazo termina a 10 de novembro –, mas é aquela que acaba por ter maior peso para o comércio mundial. Os EUA já conseguiram acordos comerciais com muitos outros grandes blocos económicos, casos da , e , mas mantém uma política incerta com a China, estando em vigor tarifas de 10% à maioria das importações chinesas, mas que podem aumentar caso não se chegue a um consenso entre as partes – Trump chegou a ameaçar com tarifas de 200% antes das tréguas comerciais.

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As importações de petróleo russo por parte da China também prometem marcar as discussões. Donald Trump já afirmou, por mais do que uma vez, que pretende aplicar tarifas secundárias de até 100% à China pela importação do crude russo, mas só pretende avançar se outros países – com – subscreverem este movimento. O objetivo é que com a pressão à China (e também à Índia), as compras de petróleo russo baixem e a Rússia tenha menos dinheiro para financiar a guerra contra a Ucrânia.

Tudo aponta ainda para que um outro tema seja discutido, por estes dias, no palácio de Santa Cruz, em Madrid, onde os representantes dos dois países estão reunidos. Os EUA e a China vão participar, em outubro, numa cimeira na Coreia do Sul, e estão a ser feitos preparativos nos bastidores para que o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o Presidente da China, Xi Jinping, tenham uma reunião à parte do fórum económico. Segundo o Financial Times, Pequim já terá feito um convite para o encontro, mas ainda não obteve resposta da Casa Branca.

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