Trump vai visitar a China no próximo ano e antecipa um acordo comercial "robusto"

O Presidente norte-americano revela que foi convidado por Pequim para visitar o país, numa altura em que as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo têm crescido. Já em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia, Trump ainda vê um desfecho feliz - mas afirma que os dois líderes têm dificultado um acordo.
Donald Trump revelou que vai visitar a China no início do próximo ano.
Richard Drew / AP
Ricardo Jesus Silva 20:24

As relações comerciais entre a China e os EUA têm registado altos e baixos nas últimas semanas, mas Donald Trump está confiante que os dois países vão conseguir alcançar um "acordo robusto". Numa conferência de imprensa dada na Casa Branca, o líder da maior economia do mundo deu e revelou que foi convidado a visitar o país, algo que deverá acontecer no início do próximo ano. No entanto, aproveitou a ocasião para fazer novas ameaças ao país liderado por Xi Jinping. 

"Acho que vamos chegar a um acordo. Eles ameaçaram-nos com terras raras e eu ameacei-os com tarifas, mas também poderia ameaçá-los com muitas outras coisas - como aviões", afirmou Trump, que deve encontrar-se com o Presidente chinês nas próximas semanas na Coreia do Sul. "Posso estar errado, mas acho que vamos acabar por chegar a um acordo comercial robusto. Ambos ficaremos satisfeitos", afiançou ainda. 

PUB

Nas últimas semanas, as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo têm crescido. A China começou por restringir a , ao que Donald Trump respondeu com ameaças de tarifas de 100%. Os dois países acabaram por aumentar as taxas portuárias mutuamente no início da semana passada, fazendo tremer uma trégua comercial temporária alcançada em maio - e que tem vindo a ser prorrogada desde aí. 

Na mesma conferência de imprensa, que serviu para assinalar um novo acordo com a Austrália que envolve terras raras, o Presidente norte-americano aproveitou ainda para comentar a situação de Taiwan - e contradizer uma avaliação anterior do Pentágono de que a China planeava invadir Taiwan em 2027. 

PUB

"A China não quer fazer isso. Em primeiro lugar, os Estados Unidos são, de longe, a potência militar mais forte do mundo. Não há nem comparação, nem de longe. Temos o melhor equipamento. Temos o melhor de tudo, e ninguém vai mexer com isso", afirmou, acrescentado que os EUA e a China "vão-se dar muito bem no que diz respeito a Taiwan e outros assuntos". 

Já em relação ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que já se arrasta há quase quatro anos, Donald Trump mostra-se, mais uma vez, otimista de que a guerra vai conhecer o seu fim no curto prazo. "Acho que vamos chegar lá. Mas acabou por se tornar tudo muito desagradável, porque temos dois líderes que se odeiam verdadeiramente. Eles odeiam-se acima de tudo - e isso torna tudo um pouco mais difícil", explicou.

PUB

"Estamos a tentar chegar a um acordo. Se conseguirmos, ótimo. Se não conseguirmos, muitas pessoas vão pagar um preço alto", acrescentou o líder norte-americano, depois de revelar que voltou a pedir a Vladimir Putin, o seu homólogo russo, que parasse os ataques contra civis ucranianos. Olhando já para o final do conflito, Donald Trump não antecipa um vencedor, mas abre a possibilidade para uma vitória da Ucrânia e de Volodymyr Zelenski. 

Ainda no campo geopolítico, o Presidente dos EUA afirmou ainda que o país está a tomar medidas para manter o cessar-fogo entre o Hamas e Israel, mas deixou um recado ao movimento de resistência palestiniana. Se o Hamas não cumprir o acordo alcançado na semana passada, "vão ser erradicados". 

Pub
Pub
Pub