Irão anunciou aumento da produção de urânio enriquecido

O Irão prevê um aumento significativo da produção de urânio enriquecido, depois de as Nações Unidas terem adotado uma resolução que condena o país pelo incumprimento das obrigações sobre energia nuclear.

A resolução foi adotada pela Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) das Nações Unidas.

Após ter sido conhecida a decisão da agência da ONU, o porta-voz da Organização de Energia Atómica do Irão, Behrouz Kamalvandi, disse que o país está a substituir as máquinas de primeira geração por equipamento avançado de sexta geração na central de enriquecimento nuclear de Fordo, a sul de Teerão.

O responsável iraniano acrescentou que as mudanças significam que a produção de "material enriquecido vai aumentar significativamente".

O texto da resolução da Agência Internacional de Energia Atómica foi redigido pelo Reino Unido, pela França e pela Alemanha (o chamado grupo E3, ou os três europeus), em associação com os Estados Unidos.

A resolução foi aprovada em Viena, sede da AIEA, por 19 dos 35 países participantes, disseram várias fontes diplomáticas à agência de notícias France-Presse (AFP).

A Rússia, a China e o Burkina Faso votaram contra.

Onze países, incluindo a África do Sul, a Índia, o Paquistão, o Egito, a Indonésia e o Brasil, abstiveram-se, segundo a AFP.

Anteriormente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do sultanato de Omã anunciou a realização da sexta ronda de negociações entre os Estados Unidos da América e o Irão sobre o programa nuclear de Teerão.

A reunião vai realizar-se em Mascate, capital de Omã, no domingo.

O anúncio feito hoje pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Omã, Badr al-Busaidi, e ocorre na altura em que os Estados Unidos estão a reduzir a presença de funcionários diplomáticos que não são considerados essenciais no Médio Oriente devido à agitação regional.

O Irão já tinha anunciado a realização da sexta ronda de conversações, mas a diplomacia de Omã, entidade mediadora, ainda não tinha confirmado o encontro.

Os Estados Unidos não fizeram qualquer comentário sobre a sexta ronda negocial.