China lança exercícios militares junto a Taiwan e aumenta tensão na região
As autoridades de Taiwan condenaram esta segunda-feira as manobras com fogo real iniciadas pela China em torno da ilha, denunciando uma campanha de “intimidação militar” e “provocações irracionais” que, segundo Taipé, ameaçam a paz regional.
Em comunicado, a porta-voz presidencial, Karen Kuo, afirmou que a estabilidade no Estreito de Taiwan e no Indo-Pacífico representa um “amplo consenso” da comunidade internacional e alertou que os exercícios militares chineses “socavam flagrantemente a segurança regional” e desafiam o direito internacional.
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As críticas surgem após o Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular (ELP) da China ter anunciado manobras com munição real ao redor da ilha, a decorrer entre esta segunda e terça-feira, numa altura em que Pequim reforça a pressão militar sobre Taiwan, num contexto de deterioração das relações com o Japão e de apoio crescente dos Estados Unidos a Taipé.
Kuo assegurou que as Forças Armadas e os serviços de segurança taiwaneses mantêm um acompanhamento “antecipado e exaustivo” da situação, com “todas as medidas necessárias” acionadas para garantir a segurança do território. “A população pode estar tranquila”, garantiu.
O Ministério da Defesa de Taiwan divulgou também uma nota em que denuncia “diversos tipos de hostilidade militar e operações de desinformação” por parte de Pequim e confirma a ativação de um centro de resposta, com o destacamento de forças descritas como adequadas para proteger a soberania e a democracia da ilha.
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As autoridades de Taipé defenderam que apenas uma paz obtida através da força e prontidão pode ser duradoura e prometeram manter vigilância contínua sobre as ações da China: “Não subestimaremos as suas capacidades, mas também não subestimaremos as nossas”.
Kuo acusou ainda a China de promover uma “expansão autoritária” e mencionou episódios recentes de intimidação a Japão e Filipinas, que agravaram de forma unilateral a tensão regional. A porta-voz instou Pequim a “agir com racionalidade e moderação”, evitar “erros de cálculo” e terminar “provocações irresponsáveis”.
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Por seu lado, a China afirmou que estava a enviar tropas aéreas, navais e de mísseis para realizar exercícios militares conjuntos em torno de Taiwan, para alertar o que descreveu como forças separatistas e de "interferência externa".
O exército chinês disse que manobras militares "de grande porte" em torno de Taiwan, incluindo exercícios com munições reais, estão agendadas para terça-feira em cinco zonas nas águas e no espaço aéreo junto à ilha.
"A partir de 29 de dezembro, o Comando Leste do Exército de Libertação Popular mobilizará tropas do Exército, da Marinha, da Força Aérea e da Força de Mísseis para realizar exercícios militares conjuntos denominados 'Missão Justiça 2025'", referiu o porta-voz do comando, coronel Shi Yi.
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Num comunicado separado, um mapa mostra cinco zonas em redor de Taiwan onde "serão realizados exercícios com munições reais" das 08:00 às 18:00 de terça-feira (das 00:00 às 10:00 horas em Lisboa).
"Por razões de segurança, todas as embarcações e aeronaves não relacionadas com contacto são aconselhadas a não entrar nas águas e no espaço aéreo mencionados", refere o comunicado.
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