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China diz que pode viver sem produtos americanos. UE e Reino Unido desafiam Trump

Pequim acredita que produção doméstica e outras fontes não americanas serão suficientes para responder à procura interna. Londres e Bruxelas preparam declaração conjunta em resposta às tarifas de Trump.

28 de Abril de 2025 às 21:00

É uma declaração com duplo sentido dos responsáveis chineses, mas com um destinatário: os Estados Unidos. Esta segunda-feira, o vice-presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma – responsável pelo planeamento económico do país – afirmou que, além de manter a previsão de crescimento de 5% para este ano, havia capacidade para sobreviver sem importações de produtos agrícolas e energéticos dos Estados Unidos.

Para tal, Pequim pretende aumentar a produção doméstica de determinados produtos e recorrer a outros fornecedores, evitando os EUA. Zhao Chenxin disse que a produção agrícola e energética nacional, juntamente com as importações de fontes não americanas, seriam mais do que suficientes para satisfazer a procura. "Mesmo que não compremos cereais e sementes oleaginosas aos Estados Unidos, isso não terá grande impacto no abastecimento de cereais do nosso país", afirmou Zhao, citado pelo Financial Times.

Mesmo que não compremos cereais e sementes oleaginosas aos Estados Unidos, isso não terá grande impacto.Zhao Chenxin, vice-presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma

Esta garantia foi deixada durante uma conferência de imprensa em que os responsáveis políticos chineses traçaram um retrato bastante positivo sobre o estado da segunda maior economia mundial, com promessas de mais apoios para mitigar os efeitos da guerra comercial iniciada por Donald Trump.

O bloqueio chinês a produtos norte-americanos representaria um duro golpe para os agricultores dos EUA. Em 2024, a China importou cerca de 29,25 mil milhões de dólares de produtos agrícolas norte-americanos, uma queda de aproximadamente 13% face a 2023. Pequim importou petróleo e gás natural num montante de cerca de 13 mil milhões de dólares.

Numa primeira fase, o Brasil e a Argentina são os países melhor posicionados para fornecer produtos agrícolas, em concreto soja e milho.

As declarações de altos responsáveis chineses são mais um sinal de que Pequim demonstra pouca vontade de encetar negociações com os EUA sobre as tarifas impostas por Washington e que tiveram resposta idêntica da China, estando agora com taxas aduaneiras acima dos 100%.

Bruxelas e Londres procuram união

Também do ocidente surgem novos sinais de que ninguém quer fraquejar perante as sucessivas ameaças de Trump com tarifas adicionais, com os seus avanços e recuos. De acordo com o jornal digital Politico, o Reino Unido e a União Europeia preparam-se para assinar uma declaração formal em que se comprometem a manter um "comércio livre e aberto" entre os dois blocos, num claro desafio a Trump.

Um documento de trabalho a que o jornal teve acesso promete uma "nova parceria estratégica" entre Londres e Bruxelas baseada na "manutenção da estabilidade económica global e no compromisso mútuo para com o comércio livre e aberto."

O projeto de acordo faz parte de um conjunto mais vasto de documentos que estão a ser elaborados antes da cimeira de 19 de maio, que é vista como um momento-chave na redefinição das relações pós-brexit. Em cima da mesa estão acordos sobre defesa e segurança, pescas e energia.

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