Maior aumento salarial em 34 anos. Japão vai subir remunerações em mais de 5%
Após décadas de salários estagnados, este é o terceiro aumento em três anos. A escassez de mão de obra e a inflação persistente pressionaram as empresas a compensar os trabalhadores.
É um aumento histórico. As empresas japonesas chegaram a acordo com a maior confederação sindical do país, o Rengo, em proceder a uma subida de 5,25% dos salários este ano, o maior aumento em 34 anos no Japão.
O anúncio do grupo sindical, que conta com sete milhões de membros, surge num momento em que a inflação acelera no país asiático e a escassez de mão de obra faz-se sentir, pressionando os empregadores a compensar a força laboral com maiores rendimentos.
O forte crescimento dos salários segue-se a um aumento médio de 5,1% no ano passado e de 3,58% em 2023. O aumento consecutivo das remunerações parece estar a tornar-se norma, após décadas de estagnação.
“Cresce o consenso entre as empresas de que um aumento salarial que exceda a inflação é uma obrigação”, disse um funcionário anónimo do Governo, citado pela Reuters. Os economistas consultados pela agência esperam que o ritmo de subida dos salários se mantenha próximo dos 5% em 2026.
Já a Federação Empresarial do Japão anunciou esta quinta-feira que o pagamento do subsídio de férias nas principais empresas este ano aumentou 4,37% face ao ano anterior, para máximos de 990.848 ienes (6.889 dólares).
Os aumentos consecutivos dos salários no país asiático poderão sustentar uma recuperação do consumo japonês. Este é um "pré-requisito" para que o Banco do Japão (BoJ) retome a subida das taxas de juro.
A ser confirmado no arranque do próximo ano, "esperamos que o BoJ comece a aumentar as taxas de juro durante esse trimestre”, disse Saisuke Sakai, economista da Mizuho Research.
Pela primeira vez em 17 anos, a entidade monetária subiu em janeiro as taxas de juro de 0,25% para 0,5%.
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