China disposta a negociar com EUA mas só se Trump mostrar "mais respeito"
Washington disse que "a bola está do lado da China" e a nação respondeu, mas com exigências. Pequim quer uma maior consistência dos EUA e "mais respeito" para começar a negociar.
Numa resposta direta a Washington, que afirmou que "a bola está do lado da China", Pequim mostrou-se disponível para negociar com os EUA, mas com uma série de condições. A nação liderada por Xi Jinping quer que os membros da administração norte-americana comecem a mostrar "mais respeito" ao governo chinês, de acordo com um fonte próxima do executivo, citada pela Bloomberg.
As tensões comerciais entre Pequim e Washington voltaram a adensar-se esta terça-feira, com Donald Trump a apresentar novas restrições às exportações de chips da Nvidia para a China. A Casa Branca começou a exigir uma licença de exportação dos chips H20 da empresa, resultando em pesados encargos financeiros para a empresa liderada por Jensen Huang.
O anúncio representou um novo obstáculo nas relações comerciais complexas entre as duas maiores economias do mundo. Para se sentar à mesa das negociações, a China exige ainda que os EUA adotem uma postura mais consistente em relação às suas tarifas e estejam dispostos a rever as sanções que o país enfrenta. Taiwan é outra das condições apresentadas pelo governo chinês, de acordo com a mesma fonte citada pela Bloomberg.
Além disso, Pequim quer ainda que Washington nomeie uma pessoa para representar os EUA nas negociações e que ajude a preparar um acordo passível de ser assinado pelos presidentes das duas maiores potência económicas globais.
O destino dos mercados financeiros e da economia global continua nas mãos dos EUA e da China. A guerra comercial instigada por Donald Trump, que arrancou com caráter mundial mas depressa se virou principalmente para Pequim, tem trazido grande volatilidade às bolsas e o mais recente anúncio de restrições à Nvida pintou as principais praças asiáticas e europeias de vermelho.
Neste momento, os produtos chineses que entrem nos EUA enfrentam uma tarifa de 145%, o que já levou Pequim a responder na mesma moeda e a ameaçar acabar com a maior parte do comércio entre as duas economias.
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