Israel: Portugueses repatriados esperados em Lisboa às 22:30
O Ministério dos Negócios Estrangeiros confirmou, em comunicado, o regresso nas próximas horas dos elementos portugueses da flotilha para Gaza.
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Os quatro portugueses que estavam a bordo de um dos barcos da flotilha humanitária para a Faixa de Gaza vão regressar este domingo à noite a Portugal, confirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), em comunicado. A receção no Aeroporto de Lisboa está prevista para as 22:30, anunciaram entretanto os grupos Flotilha Humanitária e Palestina em Português.
"O Ministério dos Negócios Estrangeiros confirma que os quatro cidadãos portugueses, incluindo a deputada Mariana Mortágua, participantes na flotilha, foram repatriados de Israel e que chegarão hoje ao fim da noite a Portugal", refere a nota do gabinete de Paulo Rangel, acrescentando que "serão acompanhados por um diplomata durante todo o percurso."
O comunicado indica ainda que "a Embaixadora de Portugal em Telavive esteve hoje no centro de detenção de Ketsiot para se assegurar do bom desenvolvimento do processo de repatriação."
"Esta noite recebemos, no aeroporto de Lisboa, Diogo Chaves, Mariana Mortágua, Miguel Duarte e Sofia Aparício, que estiveram a bordo da Global Sumud Flotilla e foram atacados nas águas internacionais e sequestrados para uma prisão israelita", lê-se numa publicação divulgada nas páginas do Instagram da Flotilha Humanitária e da Palestina em Português.
O voo chega às 20:20 a Madrid, onde faz escala, e aterra em Lisboa pelas 22:30.
Os cidadãos portugueses, juntamente com cerca de 450 ativistas de várias nacionalidades, foram levados pelas autoridades israelitas para um centro de detenção no deserto de Neguev, no sul de Israel.
A embaixadora portuguesa em Telavive, Helena Paiva, visitou os portugueses na sexta-feira, indicando que se encontravam "bem de saúde", mas que tinham relatado "várias queixas", que motivaram um protesto imediato da diplomata junto das autoridades israelitas e um protesto do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros junto do embaixador israelita em Lisboa, Oren Rozenblat.
O MNE deu conta de que os ativistas "não foram sujeitos a violência física", mas a "condições difíceis e duras à chegada ao porto de Ashdod [para onde foram levados após a intervenção israelita em alto mar] e no centro de detenção", além de terem estado "bastante tempo" sem água e comida.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse esperar que os cidadãos portugueses possam regressar ao país "sem nenhum incidente", considerando que a mensagem da flotilha humanitária foi transmitida.
O Governo israelita tem condenado repetidamente iniciativas como a da flotilha, acusando os ativistas de serem apoiados pelo movimento islamita palestiniano Hamas.
O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, de extrema-direita, visitou os ativistas no porto de Ashdod, chamou-lhes "terroristas" e "apoiantes do terrorismo", instando o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a mantê-los "durante alguns meses" presos, em vez de proceder à sua deportação.
A guerra declarada por Israel a 7 de outubro de 2023 em Gaza para "erradicar" o movimento islamita palestiniano Hamas -- horas após um ataque a território israelita com cerca de 1.200 mortos e 251 reféns - fez, até agora, mais de 66.000 mortos e pelo menos 170.000 feridos, na maioria civis, segundo números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
* Com Lusa
(notícia atualizada às 16h45)
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