Marcelo em Angola: Período colonial com "altos e baixos" abriu caminho à unidade territorial

O Presidente português falou hoje sobre a história da colonização de Angola, afirmando ter sido um período que em que houve "uma interlocução, um diálogo", com "altos e baixos", que abriu caminho à unidade territorial do Estado angolano.
Marcelo Rebelo de Sousa Angola
Lusa
Lusa 09 de Março de 2019 às 15:17

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"Aí pude encontrar a junção de duas histórias, junção que, de alguma maneira, o novo ciclo histórico projeta de modo diferente para o futuro. Primeiro, com a história que se traduziu, como eu escrevi no livro, em abrir caminho para a unidade de Angola, quando portugueses reconquistaram a posição de outros povos, há muitos séculos, na disputa em relação a Angola", disse.

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Perante centenas de pessoas, acrescentou que "angolanos e portugueses desbravaram novas sendas e acabaram por permitir que não houvesse a divisão, a fragmentação que podia ter existido na criação de uma realidade política, e quando o foram fazer, de acordo com as conceções da época", encontraram "na sua frente um grande reino, o Reino do Congo".

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"E uma grande rainha, uma grande senhora, começando aí uma interlocução, um diálogo, marcado muitas vezes como sabemos por altos e baixos - altos importantes, mas muitos baixos - e quando isso foi a história, e a história foi o que foi, dessa história ficou, até séculos depois, aquilo que era abrir o trilho para uma unidade territorial", completou.

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Segundo o chefe de Estado português,"a história contemporânea também lá está retratada, na afirmação dessa unidade, superando as diversidades - as de outros tempos e as de tempos mais vizinhos ou mais próximos" e "ao longo dessas duas histórias houve um traço comum: esse traço comum foi a presença de angolanos em Portugal e de portugueses em Angola".

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Antes, Marcelo Rebelo de Sousa recordou que iniciou a visita de Estado a Angola, que hoje termina, com "uma homenagem no Memorial Agostinho Neto", na quarta-feira.

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"E era justo que assim fosse, porque é uma homenagem a esta pátria e a um pai fundador desta pátria. E a um símbolo como pessoa, como escritor, como professor, como pedagogo, como servidor dos outros, como estadista, como fundador de uma nova realidade, portentosa como é Angola", considerou.

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"Queriam e querem mais, e os responsáveis ouviram o vosso apelo, perceberam o vosso apelo, entenderam", defendeu.

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O Presidente português fez esta intervenção tendo atrás de si os ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, e da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro.

No palco estavam também os líderes parlamentares do PSD, Fernando Negrão, do PCP, João Oliveira, do CDS-PP, Nuno Magalhães, e as deputadas Lara Martinho, do PS, e Maria Manuel Rola, do Bloco de Esquerda, que o acompanharam nesta visita de Estado a Angola, dividida entre Luanda e as províncias de Benguela e da Huíla.

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"E pena tenho eu de não ser possível percorrer todo o território angolano - teria de se convencer a Assembleia da República, que tem de autorizar o Presidente da República a uma longa permanência em Angola", observou Marcelo Rebelo de Sousa, na parte final do seu discurso.

Provocando risos e palmas, o chefe de Estado anteviu que isso "suscitaria alguns pequenos problemas políticos internos e externos, podia ser interpretado como uma preferência presidencial por Angola".

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