Montenegro declara situação de calamidade

Apesar de a situação no terreno ter registado melhorias esta terça-feira, face à véspera, o dia fica marcado pela morte de três bombeiros de Tábua, que se dirigiam para uma frente de incêndio. São já mais de 62 mil os hectares ardidos desde domingo.
Tiago Petinga/Lusa
Pedro Curvelo 17 de Setembro de 2024 às 21:21

O Governo decretou esta terça-feira a situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos intensos incêndios rurais que assolam sobretudo o Centro e Norte do país. A medida foi anunciada pelo primeiro-ministro no final de um Conselho de Ministros extraordinário que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

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O chefe de Estado foi o primeiro a dirigir-se ao país, sublinhando que “não podemos cair no facilitismo”, apesar de reconhecer uma evolução favorável.

Marcelo Rebelo de Sousa frisou que concordava com as deliberações do Governo e defendeu que “não se trata apenas de solidariedade institucional, mas sim de uma solidariedade estratégica” com o Executivo.

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Luís Montenegro reforçou a mensagem de que ainda existem riscos, afirmando que “as horas difíceis ainda não acabaram”.

O líder do Governo revelou que foi deliberado elevar “para situação de calamidade todos os municípios afetados por estes incêndios”.

A situação de calamidade, acrescentou, “vai permitir que a equipa multidisciplinar, coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, possa desde já oferecer o apoio mais imediato e urgente”.

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Montenegro indicou ainda que estão já a ser avaliados os estragos, por forma a serem encontradas respostas “o mais rápido possível”. Essas respostas passam, por exemplo, por dar abrigo a quem perdeu a habitação e apoios a quem perdeu os meios de subsistência. O Governo pretende ainda apoiar as empresas que foram afetadas para que possam retomar a laboração e manter os empregos.

O chefe de Governo indicou ainda que irá acionar o Fundo de Solidariedade Europeu se os requisitos se vierem a verificar.

No final, Montenegro deixou duras palavras para os responsáveis pelos incêndios. “Há coincidências a mais. O Estado vai atrás dos responsáveis por estas atrocidades”. O primeiro-ministro aludiu a “interesses que sobrevoam estas ocorrências”, indicando que não se trataram de atos de pirómanos.

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Melhoria operacional ensombrada por mortes

Hoje a situação operacional melhorou face a segunda-feira, que foi, aliás, o dia com mais incêndios este ano: 277. Das quase três centenas de fogos rurais, 40 tornaram-se grandes incêndios, segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

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A área ardida desde domingo ascende já a mais de 62 mil hectares, valor que compara com os 34,5 mil hectares que arderam em todo o ano passado, no qual não se registaram vítimas mortais devido a incêndios rurais.

Apesar de esta terça-feira ter sido um dia menos dramático no combate aos incêndios, voltaram a registar-se vítimas mortais. Três bombeiros de Tábua morreram quando se encontravam em trânsito para combater as chamas.

A jogar a favor do combate às chamas estão as previsões meteorológicas, que antecipam uma descida das temperaturas e um abrandamento do vento, o que poderá facilitar a tarefa dos operacionais no terreno.

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