PS pede audição urgente ao presidente não executivo da TAP
Os deputados do PS querem ouvir as explicações do presidente não executivo da TAP, Miguel Frasquilho, e, nesse sentido, deram entrada, no Parlamento, a um pedido de audição urgente ao administrador público da operadora aérea, confirmou fonte oficial da bancada parlamentar socialista ao Negócios.
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O pedido apresentado pelo vice-presidente da bancada, Carlos Pereira, e pelo deputado Hugo Carvalho refere a intenção de ouvir as explicações de Frasquilho sobre as decisões tomadas pela comissão executiva da operadora aérea que, no âmbito da reabertura da economia, definiu o plano de voos para os próximos dois meses com a grande parte das ligações aéreas a serem feitas a partir do aeroporto de Lisboa.
Ora, no entender daqueles deputados socialistas esta decisão contempla uma desproporção grande entre os voos com origem em Lisboa face ao que acontece com o aeroporto do Porto. O grupo parlamentar liderado por Ana Catarina Mendes considera que numa altura em que se discute a necessidade de atribuição de apoios à TAP, as decisões da operadora deviam contribuir para assegurar princípios tais como a coesão territorial do país.
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"Entendemos que a TAP tem uma responsabilidade para com a coesão territorial do nosso país e entendemos que esta decisão de centralizar praticamente toda a sua atividade no aeroporto de Lisboa deixa a descoberto uma região importante do ponto de vista económico e social do país como o Porto", diz Hugo Carvalho ao Negócios.
Com a audição com carácter de urgência solicitada a Frasquilho, o deputado socialista espera "saber qual a posição do administrador público [na TAP] sobre este tema e perceber até que ponto é que esta situação pode ser invertida à medida que formos retomando a atividade económica do país".
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Este pedido deu entrada pouco depois de o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, ter desafiado, em conferência de imprensa, a administração da TAP a alterar o plano relativo às rotas aéreas por lesar o interesse nacional.
Avolumam-se as críticas à TAP
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O último a juntar-se ao coro de críticas ao plano de rotas da TAP foi Marcelo Rebelo de Sousa. Em declarações à Lusa, o Presidente da República diz que "acompanha a preocupação manifestada por vários partidos políticos e autarcas relativamente ao plano de retoma de rotas da TAP, em particular no que respeita ao Porto".Antes havia sido o presidente do PSD, Rui Rio, que após uma reunião com o primeiro-ministro a propósito do orçamento retificativo em preparação, defendeu que o Estado não deve prestar apoio financeiro à TAP por se tratar de uma empresa regional e não de âmbito nacional.
Foi, porém, Rui Moreira quem teceu críticas mais contundentes. O presidente da câmara portuense acusou a operadora de impor "confinamento ao Porto e ao Norte" do país.
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Tal como acontece com as congéneres europeias e mundiais, também a TAP está a ser fortemente atingida pelos efeitos da pandemia e já há várias semanas se discute as necessidades de capital da operadora para fazer face à quebra abrupta de atividade.
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, já avisou que o Estado só injetará dinheiro na TAP se isso significar passar a ter palavra a dizer sobre o futuro da companhia, ou seja, se integrar a administração da empresa.
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Além do social-democrata Frasquilho, o Estado também nomeou como administradores Diogo Lacerda Machado, Ana Pinho, Esmeralda Dourado, Bernardo Trindade e António Gomes de Menezes.
(Notícia atualizada)
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