Quanto custa a reposição do tempo integral de serviço dos professores?
A recuperação de todo o tempo de serviço congelado dos professores custa 196 milhões de euros em 2019, um valor que fica bastante acima dos 20 milhões que o Governo pretende gastar com a reposição de parte do período congelado dos docentes.
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A diferença é de 176 milhões de euros este ano, segundo os números divulgados pelo Ministério das Finanças esta semana, depois de uma audição do ministro Mário Centeno no Parlamento.
No entanto, à medida que os professores vão progredindo na carreira, o impacto nas contas públicas também sobe, não só pela mitigação (total ou parcial) do tempo congelado, mas também pelo descongelamento de carreiras gerais da Administração Pública, que decorre desde 2018.
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Por outro lado, considerando todo o período de serviço que esteve congelado (nove anos, quatro meses e dois dias), o "impacto na despesa permanente é de 635 milhões de euros por ano", afirma o Governo.
No entanto, e segundo números divulgados pelo Ministério das Finanças nesta sexta-feira, 3 de maio, depois de o primeiro-ministro ter falado ao país, a decisão do parlamento de contabilizar todo o tempo de serviço resultam apenas 435 milhões de euros - e isto se o modo de contabilização do tempo congelado se refletir totalmente em salários.
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Quanto custam as outras carreiras especiais?
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Depois de ter aprovado um decreto-lei para a recuperação de parte do tempo de serviço congelado dos professores (dois anos, nove meses e 18 dias), o Governo aprovou um segundo decreto-lei para que os militares das Forças Armadas e da GNR, magistrados e oficiais de justiça também recuperassem parte do tempo congelado entre 2011 e 2017.
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Embora os dois decretos tenham sido aprovados em momentos diferentes, ambos têm, segundo o Governo, o mesmo racional, que representa 70% do tempo de um módulo padrão necessário para a progressão, e procuram "assegurar equidade" entre as carreiras, dentro das suas especificidades.
Esta opção está disponível também para os professores, embora o tempo a recuperar se mantenha nos 2 anos, 9 meses e 18 dias (que segundo as contas do Governo correspondem a 70% do tempo necessário para uma progressão nesta carreira), já que o que muda é o calendário.Contas feitas pelo Governo, a recuperação de parte do tempo de serviço para as carreiras especiais da Administração Pública custam 240 milhões de euros, dos quais 196 milhões (cerca de 80% do total) para os professores.
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Desse montante, 40 milhões são gastos já este ano - e dentro desses há 20 milhões para os professores.
Se se recuperar todo o tempo de serviço congelado entre 2011 e 2017 para as carreiras especiais, a despesa sobe para 800 milhões de euros, segundo o Governo.
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E quanto custam as progressões assumidas em 2018?Segundo os números das Finanças, o descongelamento faseado introduzido em 2018 implica um custo de 574 milhões de euros por ano até 2023.
Acrescentando os 196 milhões de euros previstos com a recuperação parcial do tempo de serviço dos professores, esta despesa sobe para 770 milhões de euros.
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Já somando o valor da recuperação total (635 milhões), o custo com as progressões de carreira dos professores sobe para 1.209 milhões de euros por ano.
"O custo com progressões seria equivalente a um crescimento de 33% da massa salarial em 2023", afirma o Governo.
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Professores e oposição discordam dos números Há cerca de um ano, Governo e sindicatos não estavam alinhados nas estimativas de custo de descongelamento de carreiras dos professores: o Governo estimava 519 milhões de euros até 2023 mas a Fenprof apontava para pouco mais de metade: 255,6 milhões de euros. Mas também o PSD e o CDS discordam dos números do Governo, mas para defender que é possível acomodar o impacto do descongelamento das carreiras dos professores este ano. (Atualizado às 19:57 com novos números do Ministério das Finanças)
Mas também o PSD e o CDS discordam dos números do Governo, mas para defender que é possível acomodar o impacto do descongelamento das carreiras dos professores este ano.
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