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Nuno Artur Silva vendeu participação nas Produções Fictícias a sobrinho

O indigitado secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media disse já ter vendido a respetiva participação na produtora de conteúdos de que é fundador. O Público acrescentou que a venda foi feita a um sobrinho.

Nuno Artur Silva
Nuno Artur Silva Marisa Cardoso/Sábado
23 de Outubro de 2019 às 13:47

Nuno Artur Silva vai assumir funções de secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media sem ter como empecilho para o desempenho do cargo uma participação nas Produções Fictícias (PF). Em declarações feitas à TSF, o governante indigitado garantiu já ter vendido a sua posição na produtora de conteúdos que fundou nos anos 1990 e que ajudou a mudar o panorama do humor em Portugal. 

"A empresa [foi vendida] às pessoas que a geriram nos últimos anos", declarou à rádio, especificando que se trata das mesmas pessoas que geriram a PF desde que, em 2015, assumiu funções executivas na RTP.

Já depois da notícia da TSF, o jornal Público avançou que Nuno Artur Silva vendeu a sua participação a André Caldeira e Michelle Costa Adrião, que gerem a empresa desde 2015. Ainda de acordo com a mesma publicação, André Caldeira é sobrinho de Nuno Artur Silva, um grau de parentesco que não viola as novas regras da transparência para detentores de altos cargos públicos.

"A empresa [foi vendida] às pessoas que a geriram nos últimos anos", declarou à rádio, especificando que se trata das mesmas pessoas que geriram a PF desde que, em 2015, assumiu funções executivas na RTP.

No entanto, se as Produções Fictícias venderem conteúdos, por exemplo, à RTP, essa situação poderá representar incumprimento do código de conduta aprovado pelo Governo cessante.

Com a venda das suas ações na empresa, Nuno Artur Silva tenta "matar à nascença" um potencial conflito de interesses, isto porque no próximo Governo será ele a tutelar o setor da comunicação social. O Canal Q é detido pela Produções Fictícias.

Após três anos na administração da RTP (2015-2018), Artur Silva abandonou a gestão do canal público após a Comissão de Trabalhadores e do Conselho Geral Independente da RTP ter suscitado um problema de conflito de interesses, isto porque o fundador da PF se comprometera a vender a posição da empresa e acabou por não o fazer. 

De acordo com o Observador, quando foi para a RTP, Nuno Artur Silva renunciou ao cargo de administrador único da PF mas manteve-se como proprietário, detendo, em dezembro de 2014, uma quota de 150 mil euros numa empresa com capital social de 180 mil euros. Esses 30 mil euros pertenciam à Seems SGPS, empresa unipessoal de que Artur Silva era também gerente. A Seems é gerida desde 2015 por Ulla Madsen, mulher do futuro secretário de Estado. Ambos são os donos das Produções Fictícias.

Com a venda das suas ações na empresa, Nuno Artur Silva tenta "matar à nascença" um potencial conflito de interesses, isto porque no próximo Governo será ele a tutelar o setor da comunicação social. O Canal Q é detido pela Produções Fictícias.

Após três anos na administração da RTP (2015-2018), Artur Silva abandonou a gestão do canal público após a Comissão de Trabalhadores e do Conselho Geral Independente da RTP ter suscitado um problema de conflito de interesses, isto porque o fundador da PF se comprometera a vender a posição da empresa e acabou por não o fazer. 

(Notícia atualizada às 16:30 com informação sobre venda ao sobrinho e consequente alteração do título)

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