Avião em que a PJ apreendeu cinco milhões de euros era "voo de Estado"
O voo inicialmente classificado como "militar" tinha chancela do MNE. A bordo seguiam a mulher e o braço-direito do Presidente da Guiné-Bissau, Sissoco Embaló, deposto num golpe que a oposição diz ter sido encenado.
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O avião que aterrou no Aeroporto Militar de Figo Maduro, em Lisboa, na madrugada de 14 deste mês, no qual a Polícia Judiciária (PJ) apreendeu cerca de cinco milhões de euros em numerário, era um "voo de Estado", apesar de inicialmente classificado como "voo militar", avança, esta segunda-feira, o Jornal de Notícias.
O avião procedente de Bissau, transportava a mulher e o responsável pelo protocolo de Sissoco Embaló, presidente da Guiné-Bissau - deposto por um golpe de Estado, a 26 de novembro, que a oposição diz ter sido uma encenação.
Segundo apurou o JN, junto de duas fontes policiais e uma militar, foi-lhe atribuída a qualidade de "voo de Estado" pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), mas o gabinete de Paulo Rangel recusou-se a esclarecer o caso, após a detenção de Tito Gomes Fernandes e da constituição como arguida de Dinísia Embaló, por contrabando e branqueamento, ficando por esclarecer em que momento e por que razões o MNE começou por atribuir ao voo a classificação de militar e a alterou posteriormente.
No dia da detenção, a PJ já tinha sublinhado que "o voo estava inicialmente classificado como sendo militar" e, depois de Lisboa, seguiria para o aeroporto de] Beja, no sul de Portugal, tendo-se posteriormente verificado que a sua natureza e o seu destino final "eram distintos" dos que tinham sido indicados às autoridades aeronáuticas.