Marcelo Rebelo de Sousa no último 10 de junho: "Somos portugueses porque somos universais"
O Presidente da República sublinhou que "não há quem possa dizer que é mais puro e mais português do que qualquer outro". Agradeceu ainda "a esse povo anónimo que, no fundo, é Portugal" e condecorou Ramalho Eanes.

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No seu último discurso no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou o multiculturalismo que marcou dos portugueses ao longo de 900 anos de existência, e enfatizou a importância de se defender essa pluralidade "neste novo ciclo da nossa história", 50 anos depois do 25 de Abril.
Neste 10 de junho, o Presidente da República quis "recordar os quase 900 anos da pátria comum" e o "orgulho naqueles que a fizeram vindos de todas as partes: gregos, fenícios, romanos, germânicos, nórdicos, judeus, mouros, africanos, latino-americanos e orientais", entre outros.
"Recordar esses e muitos mais que de nós fizeram uma mistura, em que não há quem possa dizer que é mais puro e mais português do que qualquer outro".
"Recordar que tudo isto e muito mais definiu o que somos: experientes, resistentes, criativos, heróis nos momentos certos, capazes de falar línguas, de entender climas e usos, de conviver com todos, de construir dia-a-dia pontes. Somos portugueses porque somos universais. E somos universais porque somos portugueses", continuou.
Marcelo Rebelo de Sousa, que está perto de completar 10 anos na presidência, apelou à importância de "cuidar da nossa pertença na Europa unida, aberta, que acredita em valores humanos de dignidade, respeito pelas pessoas, pelos seus direitos e deveres, pela sua pluralidade de cultura e de vida". E afirmou que "este recriar Portugal é a nossa obrigação primeira neste novo ciclo da nossa história, 50 anos depois de termos chegado à democracia, à liberdade, aproximamo-nos dos 900 anos dessa história".
Antes de condecorar Ramalho Eanes, o Presidente da República agradeceu ainda "a todos os milhões que foram e são Portugal ao longo da nossa história". "Agradecer a esse povo anónimo que, no fundo, é Portugal. Portugal não é uma ideia abstrata, sem conteúdo. É um povo, é gente de carne e osso, com alegrias e tristezas, com euforias e sacrifícios. Isto é Portugal", rematou.
Condecoração inédita a Ramalho Eanes
Marcelo Rebelo de Sousa terminou a sua intervenção nesta cerimónia em Lagos condecorando António Ramalho Eanes, o primeiro Presidente da República eleito em democracia, agora com 90 anos.
Eanes recebeu o Grande Colar da Ordem de Avis, com o atual chefe de Estado a sublinhar que "merece como ninguém" esta distinção nunca atribuída. Trata-se de uma "homenagem a este homem e ao seu percurso como militar e cidadão. Homenagem às Forças Armadas portuguesas, homenagem ao povo português".
De acordo com o portal das ordens honoríficas, "a Ordem Militar de Avis destina-se a premiar altos serviços militares, sendo exclusivamente reservada a oficiais das Forças Armadas e da Guarda Nacional Republicana, bem como a unidades, órgãos, estabelecimentos e corpos militares".
Notícia atualizada
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