Maria Antónia Almeida Santos: O que eu aprendi com o meu pai
Em Março de 2014 a deputada Maria Antónia Almeida Santos, filha de Almeida Santos, falou ao Negócios sobre o pai e a influência que ele teve na sua vida. A conversa foi a propósito do Dia do Pai. Recordamos as suas palavras.
Saber ouvir opiniões discordantes
"O meu pai é uma pessoa muito livre. Com um espírito muito aberto e tolerante. Tem uma maneira de estar na vida de que eu me orgulho. Apesar de ser uma pessoa já com uma certa idade tem um espírito muito jovem e actualiza-se em permanência.
Tem abertura suficiente para ouvir opiniões discordantes. Foi essa formação que recebi desde pequena. Quando fiz 24 anos filiei-me no Partido Socialista. Ficou muito satisfeito. É evidente que fui influenciada por ele, mas no bom sentido. O meu pai nunca me pressionou para aderir ao partido. Nunca nos indicou a nenhum de nós em quem devíamos votar.
Mesmo estando dentro do mesmo partido, muitas vezes estivemos em lados contrários. E nunca houve problema nenhum. Muitas vezes ele defendia um candidato e eu outro. Isso nunca foi motivo de problema familiar. Pelo contrário. Até tornou a nossa relação mais engraçada.
Já lhe liguei várias vezes para ouvir a opinião dele. Gosto de o ouvir porque é uma pessoa que tem uma experiência enorme de vida. Muitas vezes alerta-me para certos ângulos, que eu, porque tenho uma maneira de estar na vida mais apaixonada, mais imediatista, não vejo logo. É uma opinião que valorizo muito, mas que nunca me condicionou.
Hoje entendo mais a falta de disponibilidade que ele muitas vezes tinha. A vida de deputado é muito absorvente. Reflectiu-se bastante na nossa vida familiar. Muitas vezes privámo-nos de ter o nosso pai porque estava sempre a trabalhar.
Mesmo assim ele foi, e é, um pai extraordinário porque tenta sempre arranjar um bocadinho para estarmos todos juntos. É um elemento aglutinador da família. Reunimo-nos sempre que possível aos domingos."
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