Bolsas europeias pintadas de vermelho. Deutsche Bank tomba 6%
Acompanhe aqui, minuto a minuto, a evolução dos mercados desta sexta-feira.
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Europa pinta-se de vermelho contagiada por preocupações com banca regional dos EUA. Deutsche Bank tombou 6%
Os principais índices europeus pintaram-se de vermelho na última sessão da semana, depois de dois bancos regionais dos Estados Unidos (EUA) – o Zions Bancorp e o Western Alliance Bancorp – terem admitido problemas com empréstimos que concederam, situação que levou os investidores a afastarem-se dos ativos de risco. As cotadas do Velho Continente ainda conseguiram reduzir algumas perdas, mas não o suficiente para impulsionarem os índices para ganhos, após Trump ter assumido um discurso mais leve quanto às relações com a China.
O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – perdeu 0,95%, para os 566,24 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX tombou 1,82%, o espanhol IBEX 35 caiu 0,29%, o italiano FTSEMIB desvalorizou 1,45%, o francês CAC-40 cedeu 0,18%, o britânico FTSE 100 recuou 0,86% e o neerlandês AEX perdeu 0,33%.
O setor da banca esteve entre os mais afetados e fechou o dia a ceder mais de 2,50%. “O mercado está a recordar o início da crise financeira de 2007, mas é muito cedo para chamá-la de crise generalizada”, disse à Bloomberg Guillermo Hernandez Sampere, da MPPM. Ainda assim, “os problemas no setor financeiro podem causar agitação no mercado em geral, mesmo que o sistema seja mais resiliente do que durante a última crise”, acrescentou.
Nesta linha, alguns dos maiores bancos europeus, como o Deutsche Bank (-6,07%), o BNP Paribas (-3,96%), o HSBC (-2,51%) e o Santander (-3,36%), perderam terreno. Entre o setor, das únicas instituições financeiras do Velho Continente a escaparem à tendência de perdas foi o BBVA, que viu os seus títulos valorizarem quase 6%, depois de o banco basco não ter conseguido levar a bom porto a sua oferta pública de aquisição (OPA) sobre o banco Sabadell - não alcançando, sequer, 26% do capital, quando o objetivo era conseguir metade das ações do rival.
Já o Sabadell registou uma das maiores desvalorizações no setor esta sexta-feira, tendo chegado a cair mais de 9% para fechar a sessão a ceder 6,78%.
A recuperação que se viveu até há pouco tempo nos mercados bolsistas europeus, impulsionada principalmente pelo setor bancário, enfraqueceu nos últimos dias, com as preocupações sobre uma guerra comercial entre os EUA e a China a minar o apetite pelo risco. E “com a recuperação deste ano e as avaliações elevadas, a tentação de realizar lucros e garantir os ganhos acumulados no ano é grande para os investidores”, referiu à agência de notícias financeiras Raphael Thuin, da Tikehau Capital.
Quanto aos setores, o automóvel registou os ganhos mais expressivos (+0,88%). Já do lado das perdas, depois da banca o mais penalizado foi o dos recursos naturais (-2,02%).
Entre os movimentos do mercado, a EssilorLuxottica disparou cerca de 13% após relatar um aumento nas vendas dos óculos inteligentes produzidos em conjunto com a Meta. Já a farmacêutica Novo Nordisk tombou 6,38%, num dia em que Trump disse que o preço dos medicamentos para a perda de peso – como é o caso do famoso Ozempic produzido pela Novo - vai em breve "ser muito mais baixo".
Juros agravam-se em toda a linha na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro fecharam esta sexta-feira com agravamentos em toda a linha, num dia em que os índices bolsistas do Velho Continente registaram perdas, influenciados por preocupações em torno da banca regional norte-americana.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, agravaram-se em 1,8 pontos-base, para 2,952%. Em Espanha a "yield" da dívida com a mesma maturidade subiu 1,7 pontos, para 3,104%.
Já os juros da dívida soberana italiana avançaram 2 pontos, para 3,376%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa seguiu a mesma tendência e agravou-se em 2,6 pontos-base para 3,359%. Já os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, subiram 1 ponto, para os 2,579%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, registaram a mesma tendência e somaram 3 pontos-base, para 4,529%.
Dólar ganha terreno com aparente diminuição das tensões entre Pequim e Washington
O dólar conseguiu inverter as perdas registadas mais cedo na sessão e negoceia a esta hora com ligeiros ganhos, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter atenuado as preocupações dos investidores em relação à guerra comercial em curso com a China.
Do lado de lá do Atlântico, o índice do dólar ganha 0,16%, para 98,492 pontos.
Ainda assim, a “nota verde” continua perto de registar o seu pior desempenho semanal desde julho, depois de sinais de risco crescente entre alguns bancos regionais norte-americanos terem levado os “traders” a aumentar a procura por moedas consideradas como ativos-refúgios, como o franco suíço e o iene.
A esta hora, o dólar mantém-se inalterado face à divisa japonesa, nos 150,430 ienes.
Por cá, o euro atingiu ontem o valor mais alto da última semana face à “nota verde”, após o primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, ter sobrevivido à votação de duas moções de censura no parlamento, apontando para uma maior estabilidade política no país. Entretanto, já reduziu alguns dos ganhos e negoceia a esta hora com perdas.
A moeda única cede 0,21%, para 1.166 dólares. Ainda pela Europa, a libra desvaloriza 0,31% para os 1,339 dólares.
Ouro cede quase 2% depois de Trump assumir que aplicar tarifas adicionais à China é insustentável
O ouro está a registar desvalorizações esta tarde, depois de ter atingido um novo máximo histórico mais cedo na sessão, com o recorde a fixar-se agora nos 4.378,69 dólares por onça.
Os preços do metal amarelo inverteram os ganhos depois de o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter dito que ainda espera reunir com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul, assumindo ao mesmo tempo que a sua proposta de aplicar tarifas adicionais de 100% sobre os produtos da China não é sustentável.
O ouro desvaloriza a esta hora 1,97%, para os 4.234,950 dólares por onça.
Só esta semana, o ouro já valorizou cerca de 7,2% e no conjunto do ano já soma mais de 60%. No início da sessão, o metal amarelo estava mesmo a caminho da sua melhor semana desde setembro de 2008 - quando o colapso do banco de investimento Lehman Brothers espoletou a crise financeira global -, influenciado por preocupações ligadas a contas reportadas por bancos regionais nos EUA.
“Os índices de ações recuperaram das suas baixas, apoiados por alguns comentários otimistas de Donald Trump... vimos os preços do ouro caírem um pouco com base nesses comentários”, disse à Reuters Fawad Razaqzada, da City Index e FOREX.com.
Petróleo negoceia de forma estável e caminha para perdas semanais de 3%
Os preços do petróleo negoceiam de forma estável a esta hora e caminham para uma perda semanal na ordem dos 3%. A influenciar a negociação do crude estão os números da Agência Internacional de Energia (AIE), que apontam para um crescente excesso de oferta para o próximo ano, assim como os esforços diplomáticos de Donald Trump para pôr fim à guerra na Ucrânia.
O West Texas Intermediate (WTI) – de referência para os EUA – perde a esta hora 0,10% para os 57,44 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a valorizar 0,07% para os 61,11 dólares por barril.
Trump e Putin concordaram na quinta-feira em realizar outra cimeira sobre a guerra na Ucrânia, a ser realizada nas próximas duas semanas em Budapeste, na Hungria.
O anúncio do encontro foi feito na véspera de Volodymyr Zelensky, Presidente ucraniano, que vai marcar presença na Casa Branca esta sexta-feira.
“Agora que se espera que os dois líderes se reúnam, isso pode ser um sinal de que a postura dos EUA em relação à Rússia pode suavizar. Se for esse o caso, isso deve pressionar os preços [do petróleo] para baixo”, disse à Reuters Tamas Varga, analista da PVM. O especialista acrescenta que os ataques com drones ucranianos a refinarias russas e a ameaça de sanções secundárias a compradores de petróleo russo feita pelos EUA - como a Índia e a China -, estabeleceram um “limiar” no mercado, mas isso agora pode mudar, de acordo com o analista.
A queda desta semana também se deveu em parte ao aumento das tensões comerciais entre os EUA e a China, o que aumentou as preocupações com uma desaceleração económica e uma menor procura por energia, ainda que as mais recentes declarações de Trump tenham vindo atenuar estas preocupações.
A Administração de Informação Energética norte-americana revelou na quinta-feira que os "stocks” de petróleo bruto dos EUA aumentaram em 3,5 milhões de barris, para 423,8 milhões de barris na semana passada, quando as expectativas do mercado apontavam para um aumento de apenas 288 mil barris.
Ainda assim, o aumento maior do que o esperado deve-se em grande parte à menor utilização das refinarias do país, que entram em manutenção no outono, do que a uma menor procura dos consumidores. A par disso, os números também mostraram um aumento na produção dos EUA para 13,636 milhões de barris por dia, o maior já registado.
Wall Street negoceia sem rumo definido. Declarações de Trump "acalmam" investidores
Wall Street negoceia esta tarde no vermelho, ainda que os índices estejam a conseguir recuperar parte das perdas registadas antes da abertura do mercado (pre-market) relativamente à sessão anterior, com o sentimento dos investidores a ser impulsionado por declarações de Donald Trump, Presidente norte-americano, que vieram atenuar as preocupações em relação a uma potencial escalada na guerra comercial entre Washington e Pequim.
O S&P 500 recua 0,14%, para os 6.619,48, o tecnológico Nasdaq Composite perde 0,40% para os 22.472,74. Já o Dow Jones avança 0,24% para os 46.060,28.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, irá falar esta sexta-feira com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, para discutir as negociações comerciais em curso entre as duas maiores economias mundiais, de acordo com informação avançada pela CNBC. A conversa agendada poderá sinalizar um progresso nas relações entre os EUA e a China, que passaram por um momento difícil na semana passada, depois de Trump ter ameaçado impor tarifas adicionais de 100% aos produtos da China, após Pequim ter imposto restrições à exportação de terras raras.
Além disso, o republicano referiu, numa entrevista à Fox News, que ainda planeia encontrar-se com o homólogo chinês, Xi Jinping, "dentro de algumas semanas”, quando ambos estiverem na Coreia do Sul. E acrescentou que as atuais tarifas sobre a China eram “insustentáveis”.
Ainda assim, o sentimento dos investidores continua a ser pressionado, depois de dois bancos regionais dos Estados Unidos – o Zions Bancorp e o Western Alliance Bancorp – terem admitido problemas com empréstimos que concederam já perto do fecho da sessão de ontem. Nesta linha, os resultados financeiros divulgados esta sexta-feira seguem a ajudar à recuperação do setor da banca norte-americano, com bancos regionais como o Truist Financial (+3,48%) e o Fifth Third Bancorp (+1,41%) a registarem subidas no início das negociações, após terem divulgado provisões para perdas de crédito inferiores ao esperado.
O indicador de medo de Wall Street, o VIX, segue a recuar depois de ter chegado ao seu nível mais alto desde abril.
“Os investidores reduziram e desfizeram-se de posições em ações com exposição direta ao crédito privado”, disse à Bloomberg François Antomarchi, da Degroof Petercam Asset Management. “Os [índices] norte-americanos recuperaram parte das suas perdas, mas isso deve-se aos comentários tranquilizadores de Trump sobre a China; olhando para o futuro, esperamos dias de negociação mais voláteis”, acrescentou o mesmo especialista.
Quanto às “big tech”, a Nvidia recua 0,57%, a Alphabet cai 1,10%, a Microsoft cede 0,62%, a Meta desliza 0,050%, a Apple sobe 0,19% e a Amazon desvaloriza 0,40%.
Bolsas europeias pintadas de vermelho com receios sobre banca regional dos EUA
As principais praças europeias estão esta sexta-feira a negociar no "vermelho", com os investidores a revelarem preocupações com a saúde da banca norte-americana. Os sinais de alarme surgem depois de dois bancos regionais dos Estados Unidos – o Zions Bancorp e o Western Alliance Bancorp – terem admitido problemas com empréstimos que concederam.
O índice de referência europeu, o Stoxx 600, cai 1,68% para 562,04 pontos, invertendo a tendência que marcou a sessão do dia anterior. O alemão DAX recua 2,10%, o francês CAC perde 1,16%, o britânico FTSE desvaloriza 1,48%, o italiano FTSE MIB cai 2,06% e os o holandês AEX tomba 1,76%. Na Península Ibérica, o PSI perde 1,54% e o espanhol cai 1,04%.
O setor da banca é o que está a penalizar mais as praças europeias, com as ações bancárias europeias a tombarem 2,69%. O pessimismo norte-americano em relação à robustez do setor bancário contagiou as praças asiáticas e está também a contagiar a Europa, agravado pela OPA fracassada do BBVA sobre o Sabadell. As ações do alemão Deutsche Bank estão a cair mais de 6%.
O pessimismo está a alastrar-se também a outros setores, como o setor automóvel (-1,11%), industrial (-2,44%) e ao setor tecnológico (-1,11%).
Juros da Zona Euro aliviam após Governo francês sobreviver a moções de censura
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão esta sexta-feira a registar alívios, depois de o Governo francês de Sébastien Lecornu ter sobrevivido a duas moções de censura.
Os juros das "Bunds" alemãs a 10 anos, que servem de referência para a Zona Euro, recuam 2,1 pontos base para 2,548%, enquanto a "yield" das obrigações francesas com a mesma maturidade alivia 0,6 pontos base para 3,327%. Já os juros da dívida de Itália estão a negociar inalterados.
Por cá, os juros da dívida portuguesa, com maturidade a 10 anos, estão a aliviar 0,3 pontos base para 2,931%. Na vizinha Espanha, a "yield" da dívida com a mesma maturidade está a cair 0,4 ponto base, para 3,083%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, seguem a tendência e recuaram 0,6 pontos base para 4,493%.
Tensões comerciais e Fed voltam a pressionar o dólar. Iene acelera
O dólar está a negociar com perdas contra a maioria das suas principais rivais esta sexta-feira, pressionado pelas tensões comerciais entre EUA e China e por sinais de desaceleramento económico nos EUA, que dão força a um cenário de corte nas taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed). Já o iene ganha terreno, depois de o Banco do Japão ter aberto as portas a uma restrição da política monetária.
A esta hora, o euro avança com cautela e ganha 0,08% para 1,1698 dólares, enquanto a libra contraria a tendência e cede 0,04% para 1,3428 dólares. Já a "nota verde" cai 0,52% para 149,65 ienes, numa altura em que os investidores estão ainda a avaliar a governabilidade do país, depois de a coligação que sustenta o Partido Liberal Democrata no poder ter colapsado.
"É realmente difícil encontrar um cenário otimista para o índice do dólar", explica Dilin Wu, analista da Pepperstone, à Reuters. "As pessoas estão a correr para o ouro, criptomoedas e outros ativos como proteção contra riscos", acrescenta.
Com a Fed a preparar-se para continuar a aliviar a política monetária e o Governo norte-americano em "shutdown" - o que pode custar milhares de milhões à economia do país por semana -, os analistas antecipam um caminho difícil para o dólar. O mercado de "swaps" já incorporou mais dois cortes de 25 pontos base nas taxas de juro até ao final do ano - uma narrativa reforçada pelo governador Christopher Waller, que voltou a chamar à atenção para a vitalidade do mercado laboral do país.
Petróleo em queda a caminho da terceira semana consecutiva de perdas
O barril de petróleo está a negociar em território negativo e encaminha-se para a terceira semana consecutiva de perdas, isto depois de ter conseguido "respirar" na quinta-feira com as afirmações de Donald Trump de que a Índia iria parar de comprar crude russo. Com os mercados à espera de uma confirmação por parte de Nova Deli, os investidores continuam a digerir a mais recente escalada de tensões ente China e Rússia e as previsões de um grande excedente de petróleo no mercado para o próximo ano.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – recua 0,28% para os 57,30 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a desvalorizar 0,26% para os 60,90 dólares por barril. O "bechmark" para o Velho Continente encaminha-se assim para uma queda semanal de 2,9%, perdendo valor já há três semanas consecutivas - a pior série desde março deste ano.
No campo das tensões geopolíticas, o Presidente dos EUA e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, têm encontro marcado para "daqui a duas semanas, mais ou menos". O objetivo é acabar com a guerra na Ucrânia, o que, a acontecer, poderia levar ao fim das sanções ao crude russo e a uma entrada de mais petróleo no mercado global - exacerbando ainda mais as previsões de um excedente da matéria-prima no próximo ano por parte da Agência Internacional de Energia.
Para já, a tática é atacar o setor energético russo para conseguir diminuir os recursos de Moscovo para financiar a guerra na Ucrânia. Donald Trump pode ter conseguido uma vitória neste campo na quinta-feira, depois de ter afirmado que a Índia iria parar de comprar crude aos russos, mas os mercados ainda estão à espera de confirmações. As refinarias indianas já disseram que devem reduzir a compra de petróleo ao país - mas não disseram que iam parar.
"A disputa comercial entre os EUA e a China continua a impulsionar o sentimento de aversão ao risco do mercado, enquanto a desaceleração da situação entre a Rússia e a Ucrânia levou a um novo declínio nos prémios de risco geopolítico", explica Gao Mingyu, analista da SDIC Essence Futures, à Bloomberg.
Ouro ultrapassa os 4.300 dólares e encaminha-se para a melhor semana em 17 anos
Há 17 anos que o ouro não vivia uma semana tão positiva. O metal precioso voltou a registar um novo máximo histórico esta sexta-feira e conseguiu romper o nível dos 4.300 dólares, impulsionado pelas habituais tensões comerciais entre EUA e China e a perspetiva de um corte nas taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed) - mas também por preocupações com o sistema de crédito norte-americano, após dois bancos regionais terem admitido problemas na qualidade dos empréstimos que concederam.
A esta hora, o ouro ganha 0,88% para 4.363,30 dólares por onça, isto depois de ter chegado a tocar nos 4.378,69 dólares durante a madrugada. Só esta semana, o metal precioso já acelerou 8,6% e encaminha-se para acabar a jornada de cinco dias com o maior saldo positivo desde setembro de 2008, tendo alcançado um recorde em cada sessão.
Também a prata conseguiu registar um novo máximo histórico, com os preços a tocarem pela primeira vez nos 54,35 dólares. Entretanto, os ganhos foram reduzidos ligeiramente, com o metal precioso a acelerar 0,1% para 54,26 dólares e a registar um saldo semanal superior a 8%. Além de estarem a ser impulsionados pelas mesmas razões que levaram o ouro a recordes, os preços da prata beneficiam ainda de uma falta de oferta no mercado.
"O recrudescimento das preocupações com o crédito dos bancos regionais dos EUA deu aos investidores mais um motivo para comprar ouro", explica Tim Waterer, analista de mercados da KCM, à Reuters. "4.500 dólares pode ser uma meta alcançada mais cedo do que o esperado, mas muito depende de quanto tempo as preocupações com as relações comerciais entre os EUA e a China e a paralisação do governo permanecerão no mercado", acrescenta.
No campo da política monetária, os investidores continuam a apostar que a Fed vai avançar com mais dois cortes de 25 pontos base até ao final do ano. Na quinta-feira, o governador Christopher Waller voltou a apoiar uma flexibilização monetária, numa altura em que o mercado laboral continua a dar sinais de grave enfraquecimento nos EUA.
Preocupações com banca regional dos EUA atiram Ásia e Europa para o vermelho
O final da semana chegou com um sabor amargo ao mercado acionista global. Depois de Wall Street ter encerrado a sessão de quinta-feira pintada de vermelho, as principais praças asiáticas terminaram a última negociação da semana com perdas avultadas - todas pressionadas por preocupações com a vitalidade do sistema bancário norte-americano, depois de dois bancos regionais terem admitido problemas na qualidade dos empréstimos que concederam. O pessimismo deve contagiar a Europa, com os futuros do Euro Stoxx 50 a caírem mais de 1,5%.
"Este choque bancário nos EUA tem mais a ver com o sentimento do mercado e a liquidez do que com um colapso sistémico do crédito», começa por explicar Dilin Wu, estratega da Pepperstone Group, à Bloomberg. "É um bom exemplo da aversão global ao risco neste momento — os fundamentais estão bem, mas o medo está a dominar as mesas de negociação", acrescenta.
Com os investidores a procurarem refúgio nos ativos habituais, como o ouro e as obrigações, as principais praças mundiais ficaram pintadas de vermelho. O MSCI Asia Pacific, índice que engloba as principais empresas da região, caiu 0,9%, com as perdas a serem encabeçadas pela China, que viu o Hang Seng deslizar 1,8% e o Shanghai Composite ceder 1,3%.
As preocupações em torno do sistema de crédito norte-americano aliaram-se às tensões comerciais entre Pequim e Washington para derrubar as praças chinesas. O setor tecnológico foi o mais afetado, ao afundar mais de 3%, pressionado ainda por um movimento de correção após os resultados da Taiwan Semiconductor Manufacturing terem dado um impulso à negociação da sessão anterior.
Pelo Japão, tanto o abrangente Topix como o mais seleto Nikkei 225 registaram perdas superiores a 1%, numa altura em que os investidores avaliam o futuro da política monetária do país e a governabilidade do mesmo. Esta sexta-feira, o governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda, indicou que o banco central vai continuar a "normalizar" a política monetária, caso a nação consiga alcançar alguns objetivos económicos - abrindo a porta a subidas nas taxas de juro no curto prazo.
Entre as restantes praças asiáticas, o sul-coreano Kospi contrariou o pessimismo vivido nos mercados e acelerou para um novo máximo histórico, impulsionado pelos bons desenvolvimentos nas negociações comerciais com os EUA. Já o australiano S&P/ASX 200 acabou por cair 0,81%, interrompendo uma série de três sessões consecutivas no verde.
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