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A três dias das eleições, apenas quatro pontos separam Dilma de Aécio

A ajudar a presidente nas sondagens está o facto dos brasileiros não estarem tão pessimistas em relação à economia. Dados também estão a ajudar Dilma: taxa de desemprego caiu para mínimos de doze anos.

Dilma Rousseff Aécio Neves Brasil
Dilma Rousseff Aécio Neves Brasil Reuters
23 de Outubro de 2014 às 13:54

Está tudo em aberto. A três dias da segunda volta das presidenciais brasileiras os dois candidatos seguem muito próximos nas sondagens. Dilma Rousseff conta com 52% das intenções de voto, contra os 48% de Aécio Neves, segundo sondagem realizada pelo Instituto Datafolha para o jornal Folha de São Paulo.

A sondagem foi divulgada na quarta-feira, 22 de Outubro, e mantém as intenções de voto face à anterior sondagem de 20 de Outubro. Os candidatos continuam assim empatados no limite da margem de erro que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Os dois candidatos defrontam-se frente a frente pela última vez na sexta-feira, 24 de Outubro. O debate televisivo vai ter lugar na TV Globo a partir das 22 horas locais (01h00 de Sábado em Lisboa).

A ajudar o desempenho da presidente brasileira está o facto dos brasileiros não estarem tão pessimistas em relação à economia. Dos inquiridos, 31% consideram que a inflação vai aumentar, contra os 50% registados em Setembro e os 64% em Abril.

Em relação à economia, a maioria (44%) considera que vai melhorar, contra os 15% que consideram que vai piorar. Sobre o desemprego, 33% pensam que vai estabilizar, face aos 26% que apontam para um aumento.

Mas há mais leituras a fazer dos dados. Tanto as mulheres como os homens preferem Dilma Rousseff. Por idades, os mais jovens (16 a 24 anos) preferem Aécio Neves, enquanto Dilma é favorita nas restantes faixas etárias por mais de seis pontos percentuais (25-34 anos e 35-44 anos).

A sondagem mostra também que a corrida presidencial é uma história de dois países diferentes que partilham o mesmo território. Por rendimento, a candidata do PT tem mais votos nos eleitores que ganham até dois salários mínimos, enquanto o candidato do PSDB é o favorito na faixa que ganha mais de cinco salários mínimos.

Em termos de escolaridade, Dilma reúne maior concenso entre os eleitores com menos habilitações académicas. Já os eleitores com o ensino superior votam, na sua maioria, Aécio Neves. Nas regiões, Dilma Rousseff domina no Norte e Nordeste do Brasil, enquanto Aécio ganha no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Desemprego ajuda Dilma

Os dados mais recentes sobre o desemprego vieram dar uma ajuda a Dilma Rousseff. A taxa de desemprego recuou para 4,9% em Setembro, a taxa mais baixa em 12 anos, desde 2002, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O desemprego foi mesmo o prato do dia na visita ao estado de Minas Gerais da candidata do Partido dos Trabalhadores. "Nesta campanha, está em jogo o futuro do nosso país. Nós sabemos quem é que no passado desempregou, quem é que conseguiu bater o recorde de desemprego em 2002: Fernando Henrique Cardoso", disse.

Dilma voltou a criticar o ex-presidente do Banco Central do Brasil, Armínio Fraga. O economista é o nome apontado para ministro das Finanças de Aécio Neves. "Está em jogo o salário mínimo, que o candidato dele a ministro da Fazenda acha que é alto demais e tem que reduzir. Nós não vamos permitir nem admitir que o Brasil volte para trás", apontou.

Ex-presidentes apoiam candidatos

Lula da Silva, em comícios, e Fernando Henrique Cardoso, através de entrevistas, continuam a dar a cara pelos seus candidatos. 

O antigo líder do Partido dos Trabalhadores, omnipresente na campanha desde o primeiro momento, veio a público chamar Aécio Neves de "filhinho de papai" e criticou a postura do tucano (a mascote do seu partido) face à sua rival. "De vez em quando, parece que nos estão agredindo como os nazis", disse o ex-presidente na cidade do Recife.

Em resposta, Aécio Neves disse que ignora os ataques de alguém que não está a disputar as eleições. "Eu lamento apenas que um ex-presidente da República se permita cumprir um papel tão inexpressivo como esse que ele vem cumprindo no final desta campanha eleitoral. É triste".

Já Fernando Henrique Cardoso revelou estar "entristecido" com Dilma Rousseff pelos ataques feitos contra si. "Ela não pode acreditar no que está a dizer. É verdade que nós fizemos a estabilização, que iniciamos os programas sociais. Dizer que não para ganhar a eleição, me entristece", disse Fernando Henrique Cardoso em entrevista ao Folha de São Paulo publicada esta quinta-feira, 23 de Outubro.

A descida de Aécio Neves nas sondagens para a segunda volta, depois das iniciais terem mostrado uma ligeira vantagem do candidato, também foram abordados pelo antigo presidente. "O que aconteceu com Marina Silva? Foi submetida a um bombardeio enorme. O bombardeio em cima do Aécio é enorme também. Ele tem resistido bem".

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