Eles estão a fumar menos, elas mais
Fumar menos. Este foi um dos conselhos do primeiro-ministro António Costa e é um dos objectivos do actual Governo, como de resto tem vindo a ser meta dos anteriores ministros da Saúde em Portugal. Fumar continua a ser a principal causa de morte entre a "mortalidade causada por factores de risco comportamental e evitável". De acordo com as estimativas do Institute for Health Metrics and Evaluation, cerca de 11% das mortes em Portugal são causadas pelo consumo de tabaco. Um número que inclui também os fumadores passivos afectados.
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Os dados mais recentes mostram que, no período de um só ano, o consumo de tabaco, incluindo através da exposição passiva ao fumo foi a causa de morte de cerca de 12 mil portugueses.
Ainda assim, apesar dos números de mortes e até mesmo do aumento do preço do tabaco, durante quase a última década o número de fumadores teve uma redução global pouco significativa, de 20,9% para 20% e até se registou um aumento do consumo ocasional, demonstram os dados do relatório "Portugal - Prevenção e Controlo do Tabagismo em Números 2015", apresentado esta terça-feira, 29 de Fevereiro, na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.
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Os portugueses entre os 50 e os 59 são os que mais mortes registam atribuíveis ao tabaco. Com o avanço da idade, a percentagem de mortes atribuíveis ao tabagismo, por grupo etário, vai diminuindo, devido mortalidade prematura que o tabagismo provoca, alerta o relatório.
Além disso, o estudo sublinha ainda o perigo da exposição ao fumo ambiental, que tem um impacto em termos de mortalidade forte em idades até aos 9 anos de idade e depois a partir dos 30 anos.
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Homens estão a fumar menos
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Em Portugal existem 1,78 milhões de fumadores com mais de 15 anos. Destes, cerca de 1,16 milhões são homens e 0,6 milhões são mulheres. Por outros números, 27,8% dos homens são fumadores, contra 13,2% das mulheres.
Apesar do avanço masculino, os hábitos parecem estar a seguir caminhos diferentes. Segundo as conclusões apresentadas, os homens estão a fumar menos, registando-se uma diminuição de 27,5% para 23,5% no consumo diário de tabaco pelo sexo masculino. Já o consumo entre o público feminino aumentou, mas mantém-se ainda inferior ao universo masculino, o mais afectado pela mortalidade causada pelo tabagismo.
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Cerca de uma em cada dez grávidas fuma na gravidez
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Mas o estudo apresentado pela Direcção-geral da Saúde também destaca pontos positivos. Por exemplo, nos últimos nove anos, o número de fumadores que fuma diariamente "registou uma redução de quase 2 pontos percentuais, passando de 18,7% para 16,8%". Além disso, o número de pessoas que deixaram de fumar também aumentou: de 2005 para 2014 o número de ex-fumadores aumentou de 16,1% para 21,7%.
Além disso, os portugueses parecem mais empenhados em deixar de fumar. O número de consultas de acompanhamento para abandonar o tabaco tem aumentado desde 2010, destacando-se um crescimento assinalável em 2014, cita o estudo.
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Durante 2014, 92,1% dos residentes em Portugal que deixaram de fumar não tiveram qualquer apoio e apenas 3,6% recorreram a apoio médico ou tomaram medicamentos para deixar de fumar.
O documento sugere ainda que "considerando que os locais de lazer e de trabalho ainda permitem a exposição ao fumo passivo", e que surgem como os locais mais frequentes de exposição ao tabaco, "apesar das medidas de restrição impostas por legislação, há também que reforçar a aplicação destas medidas, de modo a eliminar este tipo de exposição nestes locais". Segundo os dados, as mulheres estão mais sujeitas à exposição do fumo de tabaco no trabalho.
Consumo nos adolescentes
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Segundo a Organização Mundial de Saúde, fumar é a primeira causa evitável de doença, incapacidade e morte prematura nos países mais desenvolvidos, contribuindo para seis das oito primeiras causas de morte a nível mundial.
O Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo propõe-se assim a "reduzir a prevalência do consumo de tabaco (diário ou ocasional) na população com 15 ou mais anos em pelo menos 2%, até 2016" a fim de "aumentar a expectativa de vida saudável da população portuguesa, através da redução das doenças e da mortalidade prematura". Entre algumas das sugestões para atingir metas de redução do número de fumadores, a Direcção-geral de Saúde propõe aumentar o preço do tabaco bem como incentivar a realização de intervenções breves e reduzir os custos das terapêuticas para deixar de fumar.
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