Novo campeão de vendas da Bial chega a Portugal e Espanha
Cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com a doença de Parkinson, estimando-se que a sua prevalência possa duplicar até ao ano de 2050.
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Trata-se da segunda doença neurodegenerativa mais comum, afetando os doentes de forma diferente, sendo que a maioria experiencia episódios "on" e "off".
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Os episódios "on" são aqueles em que o doente responde à medicação e sente uma melhoria nos sintomas motores e não motores, enquanto os "off" ocorrem quando "a medicação se torna insuficiente ao longo do dia, levando ao reaparecimento de sintomas, que podem ser motores (como rigidez, tremor e dificuldade de locomoção) ou não-motores, impactando as atividades diárias e afetando a sua autonomia, bem como o seu bem-estar".
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Ora, no final do verão de 2021, a Bial assinou um acordo de licenciamento exclusivo para a Europa com a Sumitomo Pharma America daquela que, garante a farmacêutica portuguesa, é "a primeira e única película sublingual, para o tratamento ‘on-demand’ dos episódios ‘off’ em doentes adultos com doença de Parkinson que não estão suficientemente controlados com a medicação antiparkinsónica oral".
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Simplificando: o Kynmobi, nome comercial do fármaco, é uma película que os doentes, já medicados, colocam debaixo da língua sempre que a medicação principal perde efeito.
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Na altura, o CEO da Bial sinalizava que, com o Kynmobi, a farmacêutica controlada pela família Portela tinha contratado o seu novo campeão de vendas no continente europeu.
"Temos a expectativa de que este medicamento nos poderá dar um ‘boost’ importante em termos de faturação e crescimento nos próximos 10 anos", afirmou, então, António Portela, acreditando que o novo fármaco fará parte do seu "top 3 de produtos nesta década, competindo com os níveis de faturação do Zebinix e do Ongentys", os dois medicamentos que o grupo da Trofa já lançou no mercado mundial, num investimento superior a 600 milhões de euros.
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Na Europa, a Bial começou por comercializar o Kynmobi na Alemanha, onde é vendido desde maio do ano passado, e chega agora a Portugal e Espanha, anuncia a farmacêutica portuguesa, esta quarta-feira, 2 de abril, em comunicado.
"Atualmente, o nosso segundo medicamento de investigação própria, o Ongentys (opicapone), chega a mais de 100.000 doentes nas mais diversas partes do mundo, desde os Estados Unidos, ao Japão ou à Austrália. Agora, com o lançamento do Kynmobi, reforçamos esse compromisso e damos mais um passo importante na nossa estratégia de desenvolvimento e de expansão na Europa, onde ambicionamos ser a empresa de referência na área da doença de Parkinson", afirma António Portela.
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"Estamos muito satisfeitos por poder disponibilizar esta opção de tratamento e, potencialmente, poder contribuir para ajudar os doentes a lidarem com sintomas tão difíceis e incapacitantes como podem ser os episódios ‘off’ na sua vida quotidiana", enfatiza o CEO da Bial, que anunciou, em janeiro passado, que o primeiro doente completou o ensaio clínico de fase 2 com o BIA 28, um novo tratamento para a doença de Parkinson que tem em desenvolvimento e que prevê lançar ainda nesta década.
Também citado no comunicado, Joaquim Ferreira, professor de Neurologia e Farmacologia Clínica na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, refere que "apesar dos contínuos avanços no tratamento da doença de Parkinson, ainda não é possível garantir que os doentes com flutuações motoras não apresentem momentos de bloqueio (‘off’)".
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Desta forma, defende, "a disponibilização de um medicamento de fácil administração, que permita melhorar os doentes rapidamente (‘on’), é de fundamental importância. Aguardamos assim com grande expectativa a chegada deste novo medicamento, que oferecerá aos doentes mais autonomia e independência na gestão da sua doença", remata Joaquim Ferreira.
De referir que a dona do Kynmobi – que a Bial espera lançar em Itália ainda este ano – detém a licença comercial do Zebinix, o antiepilético da Bial, nos Estados Unidos e no Canadá.
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Liderada pela 4.ª geração da família Portela, a Bial emprega cerca de 900 pessoas, das quais cerca de 130 em I&D, área em que investe 20% das suas receitas, que foram de 340 milhões de euros em 2023.
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